Ação busca encerrar inquérito sobre o falecimento de paciente após aplicação de hialuronidase
Após dois meses de investigação, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), realizou uma operação para concluir o inquérito que apura a morte de uma servidora pública de 44 anos. A vítima faleceu após a aplicação de hialuronidase na região abaixo dos olhos em um procedimento realizado no dia 30 de novembro de 2024. O atendimento foi feito pela biomédica e enfermeira Quésia Rodrigues Biângulo Lima, na Clínica Instituto Biângulo Estética e Saúde LTDA, em Goiânia.
A paciente, que era asmática, sofreu um choque anafilático logo após o procedimento e não resistiu. Quésia foi presa em flagrante por crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública. Além disso, a Vigilância Sanitária interditou a clínica após constatar o uso de medicamentos sem registro na Anvisa.
Durante as investigações, 15 testemunhas foram ouvidas, incluindo pacientes, funcionários da clínica e profissionais do Samu e do Corpo de Bombeiros que prestaram socorro à vítima. Foi identificado que a clínica não possuía adrenalina, medicamento essencial para o tratamento imediato de choque anafilático, além da falta de equipamentos como desfibrilador e ambu, que poderiam ter sido fundamentais para salvar a paciente.
Outro ponto crítico da investigação foi a destruição de imagens do sistema de monitoramento da clínica. De acordo com a apuração, Quésia e seu marido, com o auxílio de um técnico de informática, apagaram os registros de vídeo e áudio que poderiam esclarecer o caso.
A biomédica foi indiciada por homicídio com dolo eventual e segue presa preventivamente. Ela e seu marido também foram indiciados por fraude processual qualificada devido à tentativa de eliminar provas.
Por: Tatiane Braz
Foto: Divulgação/PCGO