Crime ocorreu em 2017, mas só foi denunciado anos depois; padre foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado
O padre Ricardo Campos Parreiras, de 49 anos, foi preso neste sábado (15) pela Polícia Militar de Goiás no município de Aruanã. Ele foi condenado a nove anos de prisão em regime fechado por dopar e estuprar um jovem em 2017, durante uma missão em Nova Crixás, no noroeste do estado.
Detalhes do crime
O caso ocorreu em fevereiro de 2017, quando o jovem, então com 18 anos, viajou com o avô para ajudar em um trabalho missionário em Nova Crixás. Ambos ficaram hospedados na Casa Paroquial, onde o padre Ricardo também residia.
Segundo a denúncia, o padre ofereceu um suco de uva com droga ao jovem, que perdeu a consciência e só acordou no dia seguinte com sinais de ter sido abusado sexualmente. “Só lembro de acordar no outro dia com o short folgado e todo molhado. Até tranquei a porta, mas acho que ele tinha uma cópia da chave. Nos dias seguintes, senti muita dor. Tenho certeza de que fui drogado e estuprado por ele”, relatou a vítima.
Denúncia e condenação
O caso só veio à tona anos depois, quando o jovem, já morando no Rio de Janeiro, decidiu denunciar o crime ao Ministério Público do estado. A Justiça condenou o padre em fevereiro de 2023, mas ele respondeu ao processo em liberdade até o trânsito em julgado da sentença.
A prisão ocorreu após a condenação ser confirmada e o padre não ter mais recursos para recorrer. Ele foi localizado e detido em Aruanã, onde estava residindo.
Repercussão e alerta
O caso chama atenção para a importância de denunciar crimes de abuso sexual, mesmo quando ocorrem em contextos de confiança, como em instituições religiosas. A vítima, que preferiu não se identificar, destacou a dificuldade de lidar com o trauma e a importância de buscar justiça.
“Foi muito difícil falar sobre o que aconteceu, mas eu precisava fazer isso para que ele não fizesse o mesmo com outras pessoas”, afirmou o jovem.
Como denunciar
Se você ou alguém que você conhece foi vítima de abuso sexual, entre em contato com o Disque 100*ou procure a delegacia mais próxima. Denúncias anônimas também podem ser feitas por meio de aplicativos e canais online.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Kemmido/Freepik