Após feminicídios de duas universitárias, governo italiano acelera proposta para incluir o crime no Código Penal
A Itália está em luto e revolta após o assassinato de duas estudantes de 22 anos em diferentes regiões do país. Os casos chocaram a população e reacenderam a discussão sobre a violência contra mulheres. Em meio à comoção nacional, a primeira-ministra Giorgia Meloni quer acelerar a tramitação de um projeto de lei que reconhece o feminicídio como crime específico no Código Penal italiano.
O corpo de Ilaria Sula, aluna de estatística da Universidade La Sapienza, foi descoberto dentro de uma mala escondida em uma área de mata perto de Poli, nos arredores de Roma. A jovem estava desaparecida desde 25 de março. O ex-companheiro, Mark Antony Samson, de 23 anos, estudante de arquitetura, confessou o assassinato e indicou o local onde havia ocultado o corpo. Segundo a polícia, o crime foi cometido com golpes de faca.
O irmão da vítima, Leon, expressou a dor da família: “Ela parecia bem nas últimas conversas. Não conseguimos entender o que motivou esse ato brutal.”
Poucos dias depois, outro feminicídio voltou a abalar o país: Sara Campanella, estudante de técnicas biomédicas, foi assassinada em Messina, na Sicília, no dia 31 de março. A jovem foi atingida por uma facada fatal no pescoço. O acusado, Stefano Argentino, de 27 anos, foi detido e confessou o crime, embora tenha se recusado a explicar as razões. A polícia investiga se o agressor mantinha uma fixação amorosa por Sara, que, segundo familiares, não relatava estar sendo perseguida.
Desde o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a Itália já contabiliza cinco feminicídios. A ministra Anna Maria Bernini lamentou: “Ilaria e Sara foram vítimas de quem dizia amá-las. É intolerável.”
O governo apresentou em março um projeto de lei que institui o feminicídio com pena de prisão perpétua. A proposta ainda tramita no Parlamento, mas a pressão por sua aprovação aumentou consideravelmente. A ministra da Igualdade de Oportunidades, Eugenia Roccella, destacou: “Os últimos casos mostram que essa luta é urgente e não pode mais ser adiada.” A vice-presidente do Senado, Licia Ronzulli, defende que o Parlamento una forças: “Precisamos de uma resposta firme e imediata da Justiça.”
Por: Redação via Itatiaia
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