Suspeita percorreu mais de 380 km, usou documentos forjados e se passou por promotora de doces para se aproximar de vítima que era atual companheira de seu ex-namorado
Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, foi detida preventivamente sob suspeita de envolvimento em um atentado com chocolate envenenado, que resultou na morte de uma criança de 7 anos e deixou duas mulheres gravemente feridas no estado do Maranhão.
A investigação revelou que a suspeita viajou de ônibus por mais de seis horas, saindo de Santa Inês rumo a Imperatriz, em um percurso de cerca de 384 km. A viagem foi feita com o intuito de entregar um ovo de Páscoa contaminado a uma família, supostamente motivada por ciúmes da atual parceira de seu ex-companheiro, uma das vítimas do envenenamento.
Para se aproximar sem levantar suspeitas, Jordélia usou identidade falsa e se apresentou como uma promotora de trufas, chegando a realizar uma degustação de chocolates próximo ao local de trabalho de Mirian Lira, a mulher que mantinha relacionamento com seu ex-namorado. Ela chegou a se hospedar em um hotel com crachás falsificados, alegando que não possuía documentos oficiais por estar passando por um processo de transição de gênero.
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Segundo a polícia, o doce foi entregue por um motoboy contratado pela suspeita e consumido ainda na noite de quarta-feira (16). Horas depois, a criança faleceu e os demais familiares foram hospitalizados em estado grave. Exames toxicológicos estão sendo realizados para confirmar o tipo de substância presente no doce.
Jordélia negou a autoria do envenenamento, embora tenha admitido a compra do ovo de Páscoa. O juiz responsável pelo caso determinou sua prisão preventiva, e a suspeita será transferida para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
A polícia também apreendeu bilhetes falsos com supostos elogios aos doces, como estratégia para simular que o produto havia sido testado por outras pessoas. Em um deles, estava escrito: “O melhor chocolate que já experimentei!”
O caso segue sob investigação e causou grande comoção em todo o estado.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Divulgação/Polícia Civil