Em homilia emocionada, o novo Pontífice fala sobre o desafio de sua missão, destaca o legado de Francisco e cita referências do Concílio Vaticano II e de Santo Inácio de Antioquia
Na manhã seguinte à sua eleição em 8 de maio, o Papa Leão XIV retornou à Capela Sistina para presidir sua primeira celebração eucarística ao lado dos cardeais. A missa marcou oficialmente o início de seu pontificado e reafirmou o compromisso com a missão da Igreja Católica.
Logo no início, Leão XIV saudou os cardeais em inglês, recordando o salmo do dia: “Cantarei um cântico novo ao Senhor, porque ele fez maravilhas”. Ele acrescentou: “E, de fato, não apenas comigo, mas com todos nós. Meus irmãos cardeais, ao celebrarmos esta manhã, convido-os a refletir sobre as maravilhas que o Senhor fez, as bênçãos que o Senhor continua a derramar sobre todos nós por meio do Ministério de Pedro. O Senhor me chamou para carregar essa cruz e realizar essa missão, e sei que posso contar com cada um de vocês para caminhar comigo, continuamos como Igreja, como uma comunidade de amigos de Jesus, como fiéis para anunciar a Boa Nova, para anunciar o Evangelho.”
Durante a homilia, o Papa refletiu sobre a célebre confissão de fé de Pedro no Evangelho de Mateus — “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” — e ressaltou que essa é a essência que a Igreja conserva há mais de dois mil anos. Ele também recordou trechos da constituição Gaudium et spes, do Concílio Vaticano II, destacando a revelação de Deus no olhar puro de uma criança, como exemplo de santidade para todos.
Leão XIV afirmou que a herança da fé agora está sob sua responsabilidade, para que ele a administre com fidelidade em benefício de toda a Igreja. Comparou a Igreja a uma cidade iluminada sobre o monte, a uma arca que navega pelos desafios da história e a um farol que guia as noites do mundo — não pelo esplendor de suas estruturas, mas pela santidade dos seus fiéis.
O Papa também alertou sobre o risco contemporâneo de se reduzir Jesus a uma figura histórica ou meramente inspiradora, tanto por não crentes quanto por batizados que vivem um ateísmo prático. Ele destacou que esses contextos — marcados por crises existenciais e sociais — são justamente onde a missão de evangelizar se faz mais necessária.
Citando Santo Inácio de Antioquia, Leão XIV lembrou a necessidade de desaparecer para que Cristo permaneça: «Então serei verdadeiro discípulo de Jesus, quando o meu corpo for subtraído à vista do mundo». Finalizando, pediu a graça de Deus para cumprir essa missão e confiou-se à intercessão de Maria, Mãe da Igreja: “Que Deus me dê esta graça, hoje e sempre, com a ajuda da terna intercessão de Maria, Mãe da Igreja.”
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Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução/Vatican News