Governador do Rio Grande do Sul migra para o PSD e se soma a onda de debandadas que esvaziam o PSDB sob a liderança de Marconi Perillo
O PSDB vive sua crise mais profunda desde a fundação, e sofreu mais um golpe nesta sexta-feira (9): o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou sua desfiliação após 24 anos de militância. A decisão marca uma ruptura simbólica e revela o esvaziamento crescente da sigla. Leite agora se filiará ao PSD, comandado por Gilberto Kassab, em busca de um novo espaço político longe dos conflitos internos e da instabilidade tucana.
A saída do governador ocorre em meio a negociações avançadas para uma fusão do PSDB com o Podemos proposta que ele criticou abertamente. “O PSDB ao qual me filiei há 24 anos está deixando de existir. Será um novo partido, com outro nome, outro número, outro programa”, declarou Leite durante reunião da executiva nacional, em abril.
Sob o comando do ex-governador Marconi Perillo, o PSDB acumula perdas significativas. Apenas em 2024, a legenda perdeu seus oito vereadores na Câmara Municipal de São Paulo, além de nomes de peso como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra que também migrou para o PSD e o senador Izalci Lucas (DF), agora filiado ao PL. As debandadas são atribuídas à gestão centralizadora de Perillo e à falta de direção clara da legenda.
A saída de Eduardo Leite é vista como a mais emblemática até agora. Considerado um dos quadros mais promissores do antigo PSDB, ele chegou a ser cogitado como candidato à Presidência da República. Sua ida para o PSD representa não apenas um movimento estratégico, mas também um sinal de que figuras com projeção nacional já não enxergam futuro no partido tucano.
O PSDB, que já ocupou o centro do poder político nacional, agora enfrenta a difícil tarefa de se reinventar ou desaparecer de vez do protagonismo.
Por: Genivaldo Coimbra
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