Polícia Federal apreende armas e documentos que indicam atuação do grupo C4, ligado à prática de homicídios por encomenda e espionagem
A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira, 28 de maio, a sétima fase da Operação Sisamnes. Durante a ação, os agentes encontraram uma lista com nomes de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma tabela de valores supostamente relacionados a execuções sob encomenda. A operação mira o grupo de extermínio conhecido como C4 – sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos.
Armas e lista de autoridades apreendidas
A operação resultou na apreensão de diversas armas de fogo e documentos, entre eles uma lista que continha nomes de autoridades e ministros do STF. Além disso, foi encontrada uma tabela com valores que indicariam quanto o grupo cobrava para realizar assassinatos sob encomenda.
As apreensões ocorreram em Minas Gerais, mas mandados também foram cumpridos nos estados de São Paulo e Mato Grosso.
Grupo investigado por espionagem e assassinatos
Segundo a PF, o grupo C4 atua na prática de espionagem e homicídios encomendados. A investigação busca esclarecer se havia planos concretos de atentados contra as autoridades cujos nomes estavam na lista.
O inquérito teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, conhecido como “lobista dos tribunais”. Ele foi morto a tiros na porta do próprio escritório em Cuiabá, em dezembro de 2023. Mensagens encontradas no celular de Zampieri levantaram suspeitas sobre sua possível participação em um esquema de negociação de decisões judiciais.
Sétima fase da Operação Sisamnes
A ação desta quarta-feira marca a sétima fase da Operação Sisamnes, que busca desarticular o grupo C4 e desmontar o esquema de crimes relacionados à venda de sentenças judiciais, homicídios e espionagem.
No total, foram cumpridos cinco mandados de prisão e seis de busca e apreensão em três estados brasileiros. As ordens foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do STF, responsável pelo inquérito que apura a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro também determinou medidas cautelares contra os investigados.
Até o momento, as identidades dos alvos não foram oficialmente divulgadas.
Por: Tatiane Braz
Foto: Divulgação/PF