Operação prendeu oito integrantes do Comando Vermelho acusados de dois homicídios; vítimas foram mortas para intimidar a comunidade
A Polícia Civil de Goiás prendeu nesta quarta-feira (28) oito membros do Comando Vermelho, suspeitos de participar de dois assassinatos cometidos com o objetivo de intimidar moradores de áreas dominadas pelo tráfico, em Goiânia. Ao todo, a operação cumpriu 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão.
De acordo com as investigações, as mortes de Ana Carolina Rugieri, de 22 anos, e de João Felipe Silvério da Silva foram friamente planejadas pela facção para reforçar seu poder e impor medo na população local.
Ana Carolina foi executada em março deste ano: ela foi decapitada e depois carbonizada, em crime que seguiu fielmente as ordens de um dos líderes do grupo, conforme revelado em um áudio obtido pela polícia. Na gravação, o criminoso afirma: “Pode matar ela na cara dura, pra todo mundo ver! E se tiver de madrugada, amarra no poste e põe fogo! No meu nome, mano!”.
O delegado Carlos Alfama, responsável pela investigação, classificou o crime como típico de facções violentas. “Esse caso demonstra a estratégia do Comando Vermelho de exibir força e controlar a população por meio do medo”, destacou.
Já em fevereiro, João Felipe foi espancado até a morte no Setor Real Conquista. Os autores fotografaram o corpo da vítima como uma espécie de “comprovante” para a liderança da facção, prática comum em execuções ligadas ao tráfico e que serve de aviso à comunidade.
A polícia reuniu diversas provas durante os dois meses de apurações, incluindo áudios ameaçadores, imagens de câmeras de segurança e o histórico de violência do grupo. Todos os detidos vão responder por homicídio qualificado e associação criminosa.
O delegado reforçou que Ana Carolina era uma vítima inocente, sem qualquer envolvimento com atividades criminosas. As investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas do Comando Vermelho. Moradores das regiões afetadas relatam viver sob um clima constante de medo e tensão.
Por: Tatiane Braz
Foto: Divulgação/PCGO