Deputada revelou que está na Europa após condenação de 10 anos; Justiça pede inclusão dela na lista da Interpol
Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal, teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), logo após anunciar que deixou o Brasil. A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão e declarou que está atualmente na Europa.
“No caso de CARLA ZAMBELLI SALGADO DE OLIVEIRA é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar”, escreveu Moraes.
A ordem foi dada após solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que classificou a viagem como uma tentativa de escapar do cumprimento da sentença. A Câmara dos Deputados será informada e deverá decidir se mantém a decisão do STF.
Em conversa com a Rádio Auriverde, Zambelli afirmou que viajou para tratar um problema de saúde, mas também acusou a Justiça de “perseguição judicial” após sua condenação.
O procurador Paulo Gonet solicitou que o nome da parlamentar seja incluído na lista vermelha da Interpol e que seu passaporte seja suspenso, além de alertar autoridades estrangeiras sobre a situação.
As investigações apontam que Zambelli teria cruzado a fronteira do Brasil pela cidade de Foz do Iguaçu (PR), seguindo até Puerto Iguazú, na Argentina, e de lá viajado até Buenos Aires, embarcando depois aos Estados Unidos.
O advogado Daniel Bialski confirmou que ela viajou “para dar continuidade a um tratamento de saúde” e comunicou que não representa mais a deputada, “por motivo de foro íntimo”.
Embora tenha tido o passaporte apreendido no ano passado, o documento foi devolvido pelo STF. Zambelli deixou o país antes do julgamento final de seus recursos, que pode acarretar a cassação do mandato e sua prisão. A condenação está relacionada a invasões no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil