Miguel Uribe Turbay foi atingido por tiros na cabeça durante discurso em Bogotá; presidente Petro vê tentativa de sabotar reformas e pede cautela política
As autoridades da Colômbia estão oferecendo US$ 730 mil como recompensa a quem fornecer informações que levem aos mentores do atentado contra o senador Miguel Uribe Turbay, atingido por disparos na cabeça enquanto discursava em um comício, no sábado (7), em Bogotá.
O político permanece internado em estado grave após passar por cirurgia. Sua esposa, María Claudia Tarazona, informou que ele está “lutando pela sua vida” e que precisa de um “milagre” para sobreviver.
Um adolescente de 15 anos foi detido como o autor dos disparos, e as investigações agora se concentram nos autores intelectuais. O presidente Gustavo Petro repudiou o ataque e garantiu que os órgãos de segurança e inteligência atuam em conjunto para solucionar o caso. “O ato de violência é um ataque não só contra a integridade pessoal do senador, mas também contra a democracia, a liberdade de pensamento e o exercício legítimo da política na Colômbia”, afirmou em comunicado.
Petro defendeu que o crime não seja explorado politicamente e afirmou que a hipótese de um plano para desestabilizar seu governo está sendo considerada. “Não podemos falar. Suspeitas temos todas, eu tenho as minhas, os patrões do crime repetem os padrões das mortes das maiorias dos dirigentes políticos da Colômbia. Menores de idade utilizados e pagos porque suas famílias são pobres”, disse o presidente.
O atentado intensifica a tensão em meio ao impasse político que envolve a proposta de reforma trabalhista do governo, já rejeitada duas vezes pelo Senado. Petro pretende editar um decreto nesta semana para levar a proposta diretamente à população, por meio de uma consulta popular.
Veja o vídeo momento do atentado:
Ver esta publicação no Instagram
O senador pertence ao partido Centro Democrático, principal legenda de oposição, e é neto do ex-presidente Julio César Turbay. Miguel também tem uma história marcada pela violência: sua mãe, jornalista Diana Turbay, foi morta em 1991 durante o sequestro feito por narcotraficantes de um cartel liderado por Pablo Escobar.
O governo colombiano também relatou que filhos de ministros e da família do presidente receberam ameaças no fim de semana. Em resposta, o Conselho de Segurança determinou o reforço da proteção a líderes políticos, tanto da oposição quanto do governo.
Nos Estados Unidos, o senador Marco Rúbio responsabilizou a linguagem política do governo colombiano: “Trata-se de uma ameaça direta à democracia e resultado da retórica violenta esquerdista vinda dos mais altos escalões do governo colombiano”, afirmou. “O presidente Petro precisa conter a retórica inflamatória e proteger as autoridades colombianas”.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução/Instagram