Treinador define convocação de agosto por conta própria e vai aos EUA após mudança para o Brasil; clima interno indica aposta em renovação gradual da equipe
Carlo Ancelotti está cada vez mais envolvido com os bastidores da Seleção Brasileira. Com planos de finalizar sua mudança definitiva para o Rio de Janeiro após uma breve viagem a Madri, o técnico italiano também prepara uma ida aos Estados Unidos, onde irá observar de perto o Mundial de Clubes da FIFA.
A grande novidade, no entanto, será sua primeira convocação integral como treinador efetivo. Em agosto, Ancelotti será responsável por escolher os jogadores que enfrentarão Chile e Bolívia nas últimas rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo. A lista será inteiramente assinada por ele.
A expectativa em torno da “Era Ancelotti” cresce, mesmo que o Brasil esteja há mais de duas décadas sem conquistar um Mundial. A presença de um treinador respeitado, vencedor por clubes em cinco países diferentes, reacende a esperança de uma retomada com base em organização e carisma.
A empatia do técnico com o torcedor já é percebida: “Tipo, o tio da praça”, disse um admirador ao comentar o jeito simples do italiano. Internamente, a CBF vê com bons olhos a conexão que Ancelotti vem construindo com o público e com os atletas.
Rodrigo Caetano, diretor de seleções, tem atuado intensamente para acelerar essa integração e oferecer ao técnico um ambiente funcional e produtivo.
A vitória diante do Paraguai em Itaquera, nesta terça-feira, é vista como um divisor de águas. O empate contra o Equador foi apenas um começo; agora, a meta é refinar o setor ofensivo e elevar a confiança da equipe. A volta de Raphinha e a possibilidade de usar laterais mais agressivos — como Vanderson — apontam para um estilo mais propositivo.
É prematuro prever o fim do jejum mundialista. Mas a esperança de um time mais respeitado e competitivo já começa a ganhar corpo. A reconstrução segue seu curso.
Por: Bruno José
Foto: Reprodução/Rafael Ribeiro/CBF