Dirigentes dos partidos criticam acordos com o Planalto e já articulam federação para atuar como oposição a partir de 2026
União Brasil e Progressistas (PP) caminham para um rompimento definitivo com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos bastidores, lideranças dos dois partidos afirmam que o movimento é inevitável e que o Planalto cometeu erros graves ao distribuir ministérios sem consolidar apoios no Congresso.
Nesta quarta-feira (11/6), durante conversas no Salão Verde da Câmara, os presidentes das duas legendas deixaram claro que se posicionarão contra a medida provisória que busca compensar a redução no IOF, sinalizando um distanciamento prático do governo.
As duas siglas negociam a criação da federação União Progressista, que deve ser formalizada em 2026. Caso se unam, formarão a maior bancada da Câmara e a terceira do Senado, com poder significativo de articulação.
Parte do PT avalia que o governo cedeu espaço demais sem exigir contrapartidas. Outros integrantes da base ainda acreditam ser possível reverter a saída e manter os partidos no projeto de reeleição de Lula. No entanto, o clima é de pessimismo.
A principal aposta do Planalto é manter Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, próximo ao governo. Alcolumbre tem influência no Ministério da Integração e aguarda novas indicações para agências estratégicas.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado de Jair Bolsonaro, adiantou que a futura federação deve proibir formalmente que seus integrantes participem do governo Lula. A proposta foi bem recebida por parte das bancadas.
Nos cálculos de União e PP, Lula não terá tempo ou espaço político para recuperar apoio popular e resolver as crises que vêm se acumulando desde o início do ano — como o caso das fraudes no INSS e os problemas de comunicação na chamada “crise do Pix”. Para esses partidos, o desembarque é uma questão de tempo.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Roque de Sá/Agência Senado