Polícia avança nas apurações com laudos do IML e análises técnicas que contradizem versões iniciais
A Polícia Civil de São Paulo continua investigando a misteriosa morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 36 anos, cujo corpo foi localizado no dia 3 de junho dentro de um buraco de obra no Autódromo de Interlagos, zona sul da capital paulista.
As novas informações surgiram a partir dos depoimentos recentes e do laudo preliminar do Instituto Médico-Legal (IML). O corpo foi encontrado em pé, sem calça e sem os tênis. Segundo a esposa, a calça deixada no local não pertencia à vítima.
Apesar do depoimento do amigo Rafael Aliste, que relatou o consumo de bebida alcoólica e uso de entorpecentes antes do desaparecimento, o laudo toxicológico não detectou presença de álcool ou drogas. Rafael afirmou à polícia que ambos ingeriram cerveja e fumaram maconha fornecida por desconhecidos, e que Adalberto estava “muito nervoso, ansioso, agitado, muito eufórico”. A delegada Ivalda Aleixo estranhou esse comportamento, já que substâncias depressoras normalmente não causam euforia intensa.
A investigação também trabalha com análise de “perfil criminal” e aguarda três laudos técnicos:
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Um novo exame toxicológico detalhado
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O laudo necroscópico, para identificar a causa da morte
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E a análise de DNA do sangue encontrado no carro da vítima
Uma fonte ligada ao caso explicou que o frio nos dias seguintes ao desaparecimento pode dificultar a estimativa exata do momento da morte.
A delegada Ivalda Aleixo declarou:
“Descartamos, lógico, um roubo e também uma queda acidental.”
Ela ainda explicou que seria improvável Adalberto retirar as próprias roupas ou não tentar sair do buraco se tivesse caído. Além disso, não havia sinais evidentes de agressão física.
A hipótese de latrocínio foi descartada: embora a câmera GoPro da vítima tenha sumido, os demais pertences permaneceram intactos.
Entre as dúvidas que permanecem:
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O empresário foi achado de pé, dentro de um buraco de cerca de 3 metros de profundidade e apenas 50 centímetros de largura, sem calça nem tênis.
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O corpo não apresentava lesões aparentes, mas cogita-se a possibilidade de um golpe como o “mata-leão”.
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No veículo de Adalberto foram identificadas manchas de sangue em diferentes pontos.
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A câmera que estava presa ao capacete sumiu.
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A última vez que foi visto com vida foi por volta das 21h15, quando disse que iria buscar o carro, mas não chegou ao destino.
Um mapeamento do trajeto está sendo feito pela polícia para reconstituir os últimos passos do empresário.
A família afirma que Adalberto era uma pessoa calma, sem problemas financeiros ou inimigos. Ele tinha imóveis e cerca de R$ 1 milhão em conta empresarial.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução/redes sociais