Iniciativa pioneira oferece tratamento especializado para evitar cegueira em pacientes com a condição
Goiás será o primeiro estado do Brasil a contar com um ambulatório exclusivo para atendimento oftalmológico de pessoas com doença falciforme. O serviço é fruto de uma parceria entre o Governo de Goiás, a Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos (Rede Hemo) e o Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG). A doença falciforme é uma das principais causas de cegueira e exige acompanhamento especializado.
O anúncio do novo serviço ocorreu durante as ações do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, celebrado em 19 de junho. O secretário interino de Saúde de Goiás, Sérgio Vêncio, explicou que o Cerof passará a atender de forma contínua pacientes com a enfermidade, oferecendo diagnóstico precoce e tratamento de complicações como a retinopatia, que pode levar à perda da visão.
Além do atendimento oftalmológico, o Hemocentro de Goiás vai intensificar a busca por doadores de sangue que possam ter traços da doença falciforme, por meio de exames como a eletroforese de hemoglobina. Pacientes com a condição também terão acesso a exames laboratoriais mais completos, fundamentais para o controle da doença e prevenção de agravamentos.
O presidente do Cerof, Marcos Ávila, destacou que a parceria vai preencher uma lacuna importante no cuidado oftalmológico desses pacientes. O ambulatório contará com tratamentos de alta tecnologia, como aplicação de laser e medicamentos de alto custo, incluindo os antiangiogênicos, fornecidos gratuitamente pela Secretaria Estadual de Saúde.
A nova estrutura também permitirá a realização de estudos sobre as alterações oculares em pessoas com doença falciforme. O objetivo é identificar fatores de risco, prevenir a cegueira e criar estratégias de saúde pública que possam ser aplicadas em outras regiões do Brasil. Durante o evento, também foi anunciada a ampliação da distribuição de medicamentos de alto custo e a inclusão da Eritropoietina no tratamento da anemia falciforme.
Por: Tatiane Braz
Foto: Marco Monteiro