Adolescente confessou ter cometido os assassinatos, mas investigadores ainda levantam dúvidas sobre motivação e possíveis cúmplices
O brutal assassinato dos pais e do irmão de três anos por um adolescente em Itaperuna (RJ) ainda gera diversas interrogações. Apesar da confissão do jovem, a polícia quer entender se houve influência externa, colaboração de terceiros ou algum histórico de abuso familiar. A tragédia, que envolveu o desaparecimento das vítimas e posterior localização dos corpos em uma cisterna, mobilizou agentes do Rio de Janeiro e do Mato Grosso.
Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, da 143ª DP, o inquérito segue com foco em cinco pontos centrais:
Qual foi o estopim?
Duas possibilidades são investigadas: o atrito com os pais por conta de uma viagem vetada à namorada, ou um plano motivado por dinheiro — o adolescente buscou “como receber FGTS de falecido” na internet. O pai teria direito a R$ 33 mil.
A namorada está envolvida?
A jovem de 15 anos, moradora do Mato Grosso, já prestou depoimento e negou envolvimento. A polícia busca acesso às conversas entre os dois para verificar se ela influenciou o plano.
O garoto teve ajuda?
As autoridades apuram se vizinhos, conhecidos ou usuários da internet podem ter tido envolvimento. O crime foi cometido à noite, sem testemunhas.
Como era o ambiente familiar?
Publicações nas redes sociais mostram uma família amorosa. O pai enaltecia o filho com frases como: “pura ternura”, “irmão cuidadoso” e “aluno exemplar”. A polícia quer entender se havia algum tipo de conflito não exposto publicamente.
Havia envolvimento com grupos extremistas?
A apuração digital vai revelar se o adolescente participava de grupos que incentivam crimes violentos. Ele mencionou jogar online com frequência, o que pode ter facilitado contato com pessoas mal-intencionadas.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução