Rapper foi absolvido das acusações de tráfico sexual e conspiração, mas pode pegar até 20 anos de prisão pelas duas condenações
O rapper e empresário norte-americano Sean Combs, conhecido como P. Diddy, foi condenado nesta quarta-feira (2) por duas das cinco acusações criminais que enfrentava na Justiça dos Estados Unidos. Ele foi considerado culpado por transporte de pessoas com fins de prostituição, mas absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração criminosa.
O julgamento durou sete semanas e teve depoimentos de 34 testemunhas, além de três dias de deliberação do júri. Segundo o tribunal, o júri entendeu que Diddy usou sua influência e recursos para transportar mulheres com o objetivo de envolvê-las em atividades sexuais, mas não viu provas suficientes para condená-lo por coerção sexual ou organização criminosa.
As acusações surgiram após um processo movido em novembro de 2023 pela cantora Cassie Ventura, ex-namorada do rapper. Ela relatou anos de abuso, violência, uso de drogas e gravações não autorizadas de encontros íntimos. O caso evoluiu para uma investigação criminal que resultou na prisão de Diddy em setembro de 2024.
Durante o julgamento, a promotoria alegou que Combs operava uma rede de exploração sexual que funcionava entre 2004 e 2024, com eventos organizados em cidades como Nova York, Miami e Los Angeles. As denúncias também envolviam sessões com acompanhantes contratados por ele e o uso de substâncias ilícitas.
A defesa reconheceu que houve episódios de violência doméstica, mas negou que os fatos configurassem tráfico sexual. Os advogados alegaram que os encontros foram consensuais e mostraram trocas de mensagens entre Combs e Cassie para reforçar o argumento.
Com as duas condenações, P. Diddy pode receber até 20 anos de prisão — 10 anos por cada acusação. A sentença será definida pelo juiz federal Arun Subramanian nas próximas semanas. Enquanto isso, o rapper segue em liberdade sob supervisão da Justiça.
Essa não é a primeira vez que Diddy se envolve em polêmicas judiciais. Em 2001, foi inocentado em um caso relacionado a um tiroteio em boate. Agora, enfrenta mais de 50 ações civis com acusações de abuso sexual ao longo das últimas três décadas.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Angela Weiss/AFP