Brasil lidera bloco sul-americano com foco no acordo com a União Europeia, meio ambiente e fortalecimento da economia regional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu nesta quinta-feira (3), em Buenos Aires, a presidência rotativa do Mercosul. No discurso de posse, Lula reafirmou o compromisso do Brasil com a integração regional e com o fortalecimento do bloco como instrumento de desenvolvimento econômico, social e ambiental.
Criado em 1991, o Mercosul conta hoje com Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e, desde 2024, também a Bolívia como membro pleno. A nova liderança brasileira chega com metas claras: concluir o acordo com a União Europeia, promover uma agenda ambiental conjunta e incentivar o crescimento das pequenas empresas por meio de maior integração comercial.
Segundo a embaixadora Gisela Padovan, o Mercosul é vital para a política externa do Brasil. “Juntos, somos mais fortes nas negociações globais”, afirmou, destacando que a assinatura do acordo com os europeus está próxima, dependendo apenas de trâmites finais.
Além disso, o governo brasileiro quer lançar o chamado “Mercosul verde”, com foco na sustentabilidade. A ideia é mostrar ao mundo as credenciais ambientais dos países membros, reforçando uma imagem de bloco comprometido com energia limpa e agricultura sustentável.
A nova gestão também pretende fortalecer a Tarifa Externa Comum, integrar setores produtivos como o automotivo e açucareiro, e ampliar a presença de países associados, como o Panamá. O Brasil ainda liderará a nova fase do fundo de investimentos estruturais do bloco, o FOCEM 2.
Para Lula, o momento é de união e ação. “Nosso futuro depende de uma América do Sul mais forte, solidária e integrada”, disse o presidente ao final da cúpula. Com a presidência brasileira, o Mercosul entra em uma fase de retomada e modernização, buscando relevância no cenário internacional.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil