Administrador foi abordado por funcionário após queixa de outro cliente; ele afirma que não foi informado sobre regras de vestimenta e cancelou matrícula
O que era para ser mais um dia comum de treino se tornou motivo de indignação e constrangimento para Marcus Andrade, 42 anos. Ele foi advertido por um funcionário da academia onde treinava, em Anápolis (GO), por usar uma bermuda considerada “curta demais” e decidiu romper o contrato com a empresa.
“Eu postei nas redes sociais, porque eu me senti extremamente constrangido. Me senti como uma pessoa que não tinha o direito de estar ali”, relatou Marcus ao g1. A denúncia viralizou nas redes sociais e levantou debates sobre padronização de vestuário e liberdade individual em ambientes de convivência.
De acordo com o administrador, o episódio aconteceu no dia 30 de junho, quando ele já havia finalizado seu treino. Sentado em uma área comum, aguardando carona, foi abordado por um funcionário e levado até uma sala.
“Ele relatou que um dos alunos havia reportado a ele que estava incomodado com o meu vestuário, porque a minha bermuda, meu short, era muito pequeno, e a esposa dele que também treinava ali tinha se sentido constrangida”, disse Marcus.
Ainda segundo ele, o colaborador teria mencionado a existência de um código de vestimenta e sugerido que roupas como aquela não fossem mais usadas.
“Porque ia contra o código de vestimenta da academia, e que eles prezavam pela moral e pelos bons costumes, que aquilo era um ambiente familiar”, completou.
A academia justificou a ação em nota nas redes sociais, explicando que o traje de Marcus seria mais adequado para corridas ao ar livre e que apenas sugeriram uma bermuda de compressão por baixo.
Marcus nega essa versão.
“Por que colocaram isso na nota? Eles estão fomentando uma versão de que eu estava sem peça íntima, sem cueca e com uma bermuda supercurta”, rebateu.
“Querem impor para as pessoas o que elas devem vestir ou não, de acordo com o que eles consideram decente. Eu acho isso um absurdo”, acrescentou.
A mensalidade da academia gira em torno de R$ 1.500. Marcus havia pago cerca de R$ 15 mil por um plano anual. Após o caso, a empresa reembolsou o valor. O administrador pretende formalizar uma denúncia ao retornar de viagem à Espanha.
Por: Lucas Reis
Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Marcus Andrade