Por: Tatiane Braz
Foto Destaque: reprodução/X/@Metropoles
A divulgação do estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta quinta-feira (07) expôs uma realidade alarmante no Brasil: 1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio em um ano, representando um aumento de 1,6% em relação a 2022. Esses números, contudo, refletem apenas os casos notificados pelas polícias dos estados, indicando possíveis subnotificações.
Mato Grosso lidera essa triste estatística com uma taxa de 2,5 mulheres vítimas de feminicídio a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, Acre, Tocantins e Rondônia estão empatados com uma taxa de 2,4. Já o Distrito Federal, em terceiro lugar, registrou 2,3 mulheres mortas em 2022.
Por outro lado, o Ceará é o estado com menor número de vítimas, com 0,9 casos por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo com 1,0 e Amapá com 1,1. No entanto, o Fórum ressalta que no Ceará há uma falha na tipificação dos casos pela Polícia Civil, o que pode resultar em subnotificações. Apenas 10,6% dos óbitos foram enquadrados como feminicídio, evidenciando a necessidade de melhorias na identificação desses crimes.
A região Centro-Oeste é a mais violenta em termos de feminicídio, registrando dois casos a cada 100 mil habitantes, seguida pelo Norte com 1,6, Sul com 1,5, Nordeste com 1,4 e Sudeste com 1,2 ocorrências confirmadas. É preocupante notar que a região Sudeste apresentou um aumento significativo de casos, passando de 512 em 2022 para 538 em 2023.
A pesquisa do FBSP também revelou que as mulheres entre 18 e 44 anos representam a maioria absoluta das vítimas, com 71,9% dos casos. Dentro desse grupo, 16,1% tinham entre 18 e 24 anos e 14,6% entre 25 e 29 anos. Mulheres pretas e pardas lideram entre as vítimas, com 61,1%, seguidas das brancas com 38,4%, amarelas e indígenas com 0,3% de casos a cada 100 mil habitantes.
Diante desse cenário alarmante, é essencial que medidas efetivas sejam tomadas para combater o feminicídio. Denunciar é crucial: a Polícia Militar está disponível para ouvir denúncias pelo número 190, assim como a Central de Atendimento à Mulher pelo número 180. Caso não se sinta segura em utilizar o telefone, buscar uma Delegacia da Mulher próxima é uma opção, com garantia de anonimato. Todos devemos estar engajados nessa luta pela proteção das mulheres e pela redução desses números chocantes de feminicídio.