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Por: Tatiane Braz /portalfalacanedo.com.br
Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Dois policiais militares foram presos sob suspeita de envolvimento no assassinato do empresário Fábio Escobar, revelando conexões perturbadoras com um grupo de extermínio. Enquanto isso, um terceiro policial, Welton Silva Vieiga, também vinculado ao caso, tirou a própria vida durante uma operação policial para prendê-lo.
As investigações apontaram que Welton Silva Vieiga foi o responsável pelo assassinato de Fábio Escobar em 23 de junho de 2021, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Descobriu-se que dois dias antes do crime, ele havia habilitado uma nova linha em um celular furtado por policiais de uma mulher que, meses depois, foi morta por PMs.
Usando esse celular, Welton enviou mensagens para Escobar, se fazendo passar por um indivíduo chamado “Fernando”, tentando fechar negócios com ele, de acordo com as investigações. Não é a primeira vez que Welton Silva Vieiga esteve sob os holofotes da lei; em outubro de 2014, ele foi preso juntamente com outros policiais durante a Operação Malavita, conduzida pela Polícia Civil e Ministério Público, que investigava um grupo de extermínio responsável por sequestros e torturas.
O trágico desfecho veio em janeiro de 2023, quando Welton tirou a própria vida durante uma tentativa de prisão por outra acusação de homicídio.
Além de Welton, outros dois policiais militares foram detidos no caso Escobar: Thiago Marcelino Machado e Érick Pereira da Silva, ambos já tinham sido presos durante a Operação Malavita em 2014. Thiago foi denunciado por uma série de crimes, incluindo homicídio qualificado, tentativa de homicídio, ocultação de cadáver, organização criminosa, extorsão e roubo. Já Érick foi denunciado por organização criminosa, roubo, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A investigação revelou que Thiago Marcelino Machado passou o telefone furtado para Welton Silva Vieiga e ambos estiveram envolvidos na morte de seis pessoas ligadas à dona do celular. Segundo as investigações, tratou-se de uma queima de arquivo.
O Ministério Público de Goiás também apontou a participação de Érick na habilitação do chip do celular furtado para atrair o empresário Fábio Escobar para a armadilha fatal.
Em uma operação subsequente em 2023, a Polícia Civil prendeu 10 policiais militares suspeitos de envolvimento em assassinatos em Anápolis e Terezópolis de Goiás. Durante as investigações, descobriu-se que o grupo de policiais coletava informações detalhadas sobre as vítimas, incluindo fotografias das placas dos carros e rastreamento em tempo real, utilizando até equipamentos eletrônicos de monitoramento.
O caso também envolveu o assessor da Assembleia Legislativa (Alego), Jorge Luiz Ramos Caiado, que se tornou réu por participação no assassinato de Fábio Escobar. Segundo a denúncia do Ministério Público, Caiado teria sido aliado do ex-presidente do Democratas, Carlos César de Toledo, conhecido como Cacai, apontado como mentor intelectual do crime.
A investigação indicou que Escobar foi morto após denunciar desvios de dinheiro na campanha eleitoral de Cacai em 2018. A denúncia ainda relata que, movidos por vingança, Caiado e Cacai se reuniram com autoridades policiais para discutir planos de “exterminar” Fábio Escobar, incluindo o ex-chefe da Casa Militar, Coronel Newton Nery Castilho, que se recusou a participar da ação.