Veio aí o comeback da gata! IZA finalmente lançou nesta quinta-feira, às 21h, seu segundo álbum de estúdio, “AFRODHIT”, sendo um projeto extremamente aguardado pelos fãs, que não se aguentavam mais de ansiedade por um novo projeto completo da cantora carioca.
Em coletiva de imprensa, a artista deu mais detalhes do disco, que ela considera bem pessoal por diversos motivos: “O ‘AFRODTIH’ é 100% eu. É um álbum que eu me reencontrei como artista, passei por um processo de evolução para falar de coisas que aconteceram ou que eu não me sentia confortável antes, como falar de sexo especificamente, deixar claro o que significa cada uma… esse é álbum incrível com pessoas que admiro, muitas mulheres. É o álbum mais feminino que já fiz e ele é muito eu”.
“Não estou inventando a roda em ‘AFRODHIT’, mas ele é diferente de tudo que já fiz, pois ele é muito importante para mim nesse momento de reencontro. ‘Dona de Mim’ era mis forte, mais seguro de quem eu queria me tornar como artista, enquanto esse é mais vulnerável e aberto, pois nem tosos os sentimentos temos orgulho de compartilhar com as pessoas”, refletiu ela.
“É um momento da minha carreira que tenho preocupado menos com o que o outro tem interpretado da aminha arte, pois foge do meu controle. Eu quero provocar uma sensação com minha arte, e se tocar alguém, que bom, vou ficar muito feliz”, afirmou IZA.
PROCESSO CRIATIVO
Com um intervalo de cinco anos entre “Dona de Mim” e “AFRODHIT”, IZA se autoavaliou: “São duas IZA completamente diferentes. Não só o Brasil mudou, mas como o mundo todo por conta da pandemia. Em 2018, eu nem sabia que estava fazendo álbum, precisava escolher uma música para ser single, mas eu gravei várias para poder escolher. Só que quando levei para a gravadora, o gerente reconheceu um álbum, então ele surgiu da minha tentativa de encontrar meu som”.
“Já AFRODHIT eu sabia o que seria, a história que eu queria contar, qual era meu objetivo, então tive que pensar nessa visão 360 graus da era (músicas, clipe, visuais, visualizer), sendo um desafio maior para mim e quem estava comigo. Mas isso me fez sentir mais completa também”, afirmou ela, que precisou encontrar seu próprio fluxo de produção.
“Para mim é difícil fazer um álbum na estrada, mas o tempo me exige isso. Leva um tempo meu processo criativo, eu não sou um robô, e mesmo que algo saia rápido, eu estaria muito brava de qualquer forma. Mas consegui me encontrar no meu próprio fluxo, podendo liberar o álbum da maneira que eu queria”, disse.
Ainda, ela ressaltou mais uma vez ter trabalho com diversas mulheres no disco: “Foi muito divertido juntar mulheres e ver várias visões de uma mesma situação ou canção, Era divertido criar as situações que as faixas estavam passando ao serem criadas, e queria que as pessoas entrassem nessa história”.
Sobre os feats, revelou: “Douglas Moda, que é meu parceirão e me encontrava direto, eu e ele sonhávamos muito em faze rum álbum juntos, e cada um tinha uma lista de quem gostaria de chamar ou trabalhar, e foi muito bom que todo mundo aceitou participar, nos demos bem e conseguimos compor junto. Deu uma liga muito boa, principalmente entre mim e as meninas, foi terapêutico compor junto com elas”.
SONORIDADE VERSÁTIL
Algo que se chama muita atenção ao escutar “AFRODHIT” é como o projeto é bem diversificado em suas sonoridades, e isso aconteceu naturalmente: “Na verdade, isso não foi algo pensando, eu não pensei em ir em um estilo ou em determinada coisa. Eu sempre ouvi funk por exemplo, mas não tinha encontrado minha versão disso para lançar algo, sem parecer que estava me aproveitando”.
“Os ritmos que acabo visitando, acabou acontecendo, estava ali no momento, não foi algo pensado, e para mim, tudo que fiz foi ‘afrobeat’, pois tem muita música preta ali, e isso também inspirou o nome do álbum”, contou a cantora, explicando o porquê do nome estar escrito de maneira diferenciada.
Aliás, foi um lançamento anterior que a fez se sentir confortável para lançar algo diferente: Fé’ foi uma virada para mim pois, mercadologicamente, era um lançamento bem diferente de , por exemplo, não sabia rádio ou os fãs iam abraçar a canção, então mudou minha perspectiva sobre minha arte, pois se eu mudar meu estilo, não acontecem catástrofes, e essa foi minha virada de chave.
Sobre juntar tudo em um projeto só, ela contou: “Foi muito importante entender as músicas como um todo. Por mais que a gente tenha ritmos muito diferentes, foi importante que a gente unisse tudo esteticamente na sonoridade, um desafio que vem de álbuns, de tudo fazer um sentido no fim”.
“Algo que fiz foi fazer as músicas já pensando no meu tom, sem precisar se adaptar. Quando conversei com os compositores e produtores, pedi para se atentar à essa questão, pois passar por isso vai te levar para outras áreas músicas”, contou.
“Mas esse álbum aconteceu porque ele se resolveu muito rápido, nunca achei que começar um projeto em fevereiro e poder terminá-lo em agosto, mas cada um encontrou seu ritmo para entregar sua parte, e acabou fluindo muito bem”, revelou ela, impressionando a todos os presentes.
DESTRINCHANDO ALGUMAS FAIXAS E FEATS
Em dado momento, IZA passou a dar detalhes de algumas faixas e feats presentes no álbum: “Sempre foi um sonho meu gravar com o Russo Passapusso, acho ele um performer incrível e o Bayana System revolucionário, e queria muito fazer uma música com ele. Quando compusemos ‘Mega da Virada’, ele foi o primeiro nome que veio na mente, e que bom que ele aceitou e tempo de gravar”.
“‘Que se vá’ foi bem divertida de fazer, que compus ao lado das meninas. Não necessariamente tudo que aconteceu ali aconteceu comigo, e vice-versa, surgiu trocando ideia. Mas acho que poder falar algo com leveza e deboche foi muito legal, e como cantora, foi minha forma de expressão”, descreveu.
“Espero que as pessoas sintam vontade de se apaixonar no álbum. ‘Exclusiva’ é uma das que mais gosto do álbum. É gostosa essa sensação de se apaixonar, desejar alguém, ter uma relação saudável com o sexo, pois para mim significa que você se conhece, pois isso não se defina de uma hora para a outra. Sempre acho importante que a gente fale de sexo de uma perspectiva femininas, de quando a gente abraça nossa sexualidade”, admitiu ela.
Porém, a parceira com Tiwa Savage, uma das rainhas do afrobeat, em “Bonzão”, foi algo especial: “Acompanho a Tiwa de muito tempo, então eu não estava acreditando que ia cantar com ela, então quando ela trabalhou com a Beyoncé [no projeto Black Is King], ache que não ia acontecer. Nosso encontro rolou, felizmente, e conversei com ela e o produtor em call, e me ofereceram duas músicas, e gostei tanto delas que juntei ambas, por isso no começo ela está de um jeito e vira outro depois”, contou IZA.
HISTÓRIA DO ÁLBUM, VISUAIS E INSPIRAÇÃO
Ao explicar os conceitos do disco, a artista falou de suas referências e inspirações: “Eu sempre quis contar a história de um ser que fosse meio esquisito, diferentão. Eu via muito o filme ‘Splash – Uma Sereia em Minha Vida’, e tem uma cena muito do dia em que ela está andando, vê os peixes em um aquário e come, bebe água com sal, e queria contar uma história parecida”.
“Sou meio nerd, e adoro ‘Steven Universe’, e adorava a Garnett, e queria contar uma história com o mesmo ceticismo, então precisei amarrar a história com a deusa Afrodite, que aqui no disco, vem para a Terra de tempos em tempos e para diversos povos, sempre se transformando, e agora ela veio desse jeito, explorando as formas do amor, seja próprio, início, término, tudo”, disse ela, explicando a aura mística e divina que acompanha o projeto.
“‘Cocum’ era um filme maluco que via na sessão da tarde, que só fui entender quando adulta, mas fiquei enlouquecida também com os conceitos dele. Talvez eu tenha juntado tudo de personagens que me deixavam curiosa e pensativa e criei esse personagem que conto a história no álbum, e o nome dele veio disso também”, disse ela.
“Pela história de ‘AFRODHIT’ ser um ser que vai e volta de vez em quando, de outras vezes e outros povos, quero levar essa mitologia para o palco e contar uma história, contar uma narrativa. ‘Nunca Mais’ é um arco, pois é ‘para a vida toda ou nunca mais’, começa e fecha, por exemplo, e tudo isso tem que ser passado aos fãs”, completou IZA, amarrando os conceitos e nome do álbum.
IMPACTO DE FÉ NAS MALUCA
O primeiro single de “AFRODHIT” é “Fé nas Maluca”, feat com MC Carol, liberado semana passada, assim como seu clipe, que foi tópica de discussão na coletiva: “Sempre quis fazer algo que me tirasse da zona de conforto, e em ‘Fé nas Maluca’ eu não danço nem canto, algo muito diferente. A dança também quis que fosse algo estranho, que chamasse atenção”.
“Ainda trabalhei com película pela primeira vez, então me senti bem ‘cinematográfica’. Após o resultado final, queria continuar essa história curiosa que contamos ele”, disse IZA, prometendo que os próximos vídeos da era estejam de alguma forma conectados.
Ainda, a canora falou de ter escolhido uma inspiração de uma deusa grega para o nome do álbum, enquanto “Fé nas Maluca” tem referências à outras religiões: “Eu achei muito incrível a participação da MC Carol e as pessoas comemorando nossas referências às religiões de matrizes africanas, mas é algo que eu só poderia falar com ela ali, sabe, pois é a religião dela, e esse tema é muito sério”.
“Mas além dos conceitos, Afrodite foi um nome que chamou atenção pela história do amor, já que está calcado na mitologia. Ainda, como mulher preta, quis trazer uma reflexão sobre a imagem da ‘deusa da beleza e do amor’, me colocando como essa possível imagem”, apontou.
Ainda, IZA revelou que os planos iniciais eram outros: “O lead single era para ser ‘Nunca Mais’, mas fomos afunilando as escolhas da história que íamos contar que seria da AFRODHIT. Então, queria lançar uma música diferente, com outro estilo, não o que remetia ao passado, então ‘Fé nas Maluca’ casou com o conceito e a história do álbum”.
TURNÊ E THE TOWN
Com o álbum lançado, os fãs podem esperar IZA em turnê, e datas já forma reveladas: “O primeiro show desse álbum vai acontecer no ‘The Town’ (10 de setembro), em que ele deve sofrer alterações, já que é um show de festival, mas depois, a turnê de ‘AFRODHIT será bem direcionada e específica para o projeto”.
“Antes do ‘The Town’, farei shows cantando algumas novas, mas ainda não será a turnê específica. Duas semanas depois do ‘The Town’, vou me emocionar com todos cantando as músicas novas”, garantiu ela, antes de falar mais do festival que estreará em São Paulo em setembro.
“É um show de 60 minutos, passa rápido, e quando você se emociona, você fala e gasta tempo, deixando todo mundo nervoso (risos). Por ser festival, há muitas músicas que nunca deixaria de tocar, então vão ter canções antigas também”, afirmou.
Sobre elementos diferenciados no palco, a cantor falou: “O visual está bem alinhado com o que contamos no álbum, estaremos dando bastante atenção para todo estar coeso em cima e fora do palco, sem falar nos arranjos novos de algumas músicas, adaptados para o ao vivo”.