Por: Redação
Foto: Agência Brasil
Entre 1985 e 2023, o Brasil viu 199,1 milhões de hectares de seu território queimados pelo menos uma vez, representando quase um quarto (23%) do país. De acordo com a Coleção do MapBiomas Fogo, divulgada nesta terça-feira (18/6), mais de dois terços da área afetada (68,4%) foi de vegetação nativa, com quase metade (46%) das queimadas concentradas nos estados de Mato Grosso, Pará e Maranhão.
Anualmente, uma média de 18,3 milhões de hectares, ou 2,2% do território brasileiro, é atingida pelo fogo, principalmente durante a estação seca, entre julho e outubro, que concentra 79% das ocorrências. Em setembro, ocorre um terço (33%) do total de queimadas.
O Cerrado e a Amazônia são os biomas mais afetados, concentrando cerca de 86% da área queimada pelo menos uma vez em 39 anos. O Cerrado sofreu com 88,5 milhões de hectares queimados, representando 44% do total nacional, enquanto a Amazônia teve 82,7 milhões de hectares queimados, equivalendo a 42%.
Embora os números absolutos sejam semelhantes, os biomas têm tamanhos diferentes. No Cerrado, a área queimada representa 44% de seu território, enquanto na Amazônia, esse percentual é de 19,6%. “O Cerrado tem sofrido com altas taxas de desmatamento, aumentando as queimadas e o risco de incêndios descontrolados. Essas mudanças impactam negativamente o equilíbrio ecológico, pois o fogo, embora natural no Cerrado, está ocorrendo com uma frequência e intensidade insustentáveis”, explica Vera Arruda, coordenadora técnica do MapBiomas Fogo e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).