Por: Redação
Foto: Reprodução/Marcelo Carmago/Agência Brasil
A Anvisa proibiu, nesta terça-feira (25), o uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde e estéticos devido à falta de estudos que comprovem sua eficácia e segurança. A decisão foi tomada após a morte de um empresário durante um procedimento estético em São Paulo, levando o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) a acionar a justiça para impedir a venda dessas substâncias para não médicos.
Proibição do Fenol
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde e estéticos. A medida visa proteger a saúde da população brasileira e estará em vigor durante as investigações sobre os possíveis danos associados ao fenol.
Morte de Empresário em Procedimento Estético
A ação judicial do Cremesp foi motivada pela morte de Henrique Silva Chagas, de 27 anos, ocorrida em 3 de junho durante um procedimento estético em São Paulo. Segundo o relatório policial, Henrique passou mal logo após a aplicação de um peeling de fenol realizado pela influenciadora e dona da clínica estética Natalia Fabiana de Freitas Antonio, conhecida como Natalia Becker.
Circunstâncias do Caso
Henrique Silva Chagas foi submetido a uma limpeza de pele, aplicação de anestésico e raspagem antes de receber o composto orgânico. Ele passou mal logo após o procedimento, respirando forte e pedindo ajuda. Natalia e suas funcionárias prestaram socorro e acionaram o Samu, mas Henrique faleceu na clínica.
Natalia, que não é esteticista e possui apenas cursos livres, foi indiciada por homicídio com dolo eventual. Este tipo de homicídio ocorre quando o agente assume o risco de produzir um resultado, mesmo não desejando especificamente que ele aconteça, reconhecendo a possibilidade do resultado e o aceitando.
Riscos do Peeling de Fenol
O peeling de fenol é um procedimento agressivo que consiste na aplicação de uma solução cáustica para causar queimaduras e descamação da pele. Apesar de ser uma técnica antiga utilizada para suavizar rugas e manchas, pode trazer sérios riscos à saúde, como escurecimento permanente da pele, cicatrizes e danos ao sistema cardíaco, como arritmia ou parada cardíaca. Especialistas enfatizam que tal aplicação deve ser realizada em local adequado por médicos, preferencialmente especializados em dermatologia ou cirurgia plástica, e com monitoramento cuidadoso do paciente durante o procedimento.