Por: Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais/Instragram
A influenciadora digital Aline Ferreira, de 33 anos, faleceu na última terça-feira (2) após um procedimento estético para aumento dos glúteos, realizado com a substância polimetilmetacrilato (PMMA). A morte de Aline levantou preocupações e levou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) a notificar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), solicitando a proibição da distribuição e comercialização de produtos à base de PMMA.
A conselheira responsável pela Câmara Técnica de Dermatologia do Cremesp, Eliandre Palermo, destacou que produtos à base de PMMA pertencem à Classe IV, de máximo risco. “A ausência de restrições à comercialização deste material representa uma ameaça à saúde e segurança da população”, afirmou Palermo.
Atualmente, a Anvisa permite o uso de PMMA em duas situações específicas: para a correção de lipodistrofia, que é a concentração anormal de gordura no corpo causada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com AIDS, e para a correção volumétrica facial e corporal. Contudo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Sociedade Brasileira de Dermatologia não recomendam seu uso devido aos altos riscos de complicações graves e irreversíveis, incluindo óbitos.
Em resposta, a Anvisa confirmou que avaliará o pedido do Cremesp, mas ressaltou que a regulação de procedimentos estéticos ou de saúde é responsabilidade dos conselhos profissionais e sociedades médicas. A agência sublinhou a importância de que o PMMA seja administrado apenas por médicos treinados, que devem determinar as doses e o número de injeções necessárias para cada paciente, com base nas características individuais.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), onde ocorreu o procedimento que levou à morte de Aline, também manifestou seu repúdio, alertando sobre os perigos de procedimentos invasivos realizados por profissionais não médicos. “Procedimentos invasivos devem ser feitos por médicos, em locais com a estrutura necessária para a segurança do paciente”, enfatizou a entidade. O Cremego apelou às autoridades sanitárias para reforçar a fiscalização contra o exercício ilegal da medicina e instou os pacientes a priorizarem sua segurança, buscando sempre profissionais qualificados.
O caso de Aline expôs a atuação de Grazielly da Silva Barbosa, que se apresentava como biomédica, mas não possuía formação adequada. Grazielly, que cursou apenas três semestres de medicina no Paraguai, realizava procedimentos estéticos sem as devidas licenças e regulamentações. A falsa biomédica divulgava nas redes sociais métodos estéticos supostamente inovadores, como o chamado “bioestimulador de glúteo”. Mesmo se fosse biomédica, Grazielly não estaria autorizada a realizar injeções de substâncias, tarefa exclusiva de médicos.