Começou com um erro. Após se equivocar em um número de um projeto de lei em um pedido de vistas, rasura-lo e invalidar o documento, o vereador emedebista José Fernandes tentou tumultuar a sessão plenária da última segunda-feira. Sua intenção era transformar o seu erro e a adulteração de um documento oficial assinado por ele em uma perseguição política da Mesa Diretora.
Ao não o ter apoio dos pares, Fernandes decidiu abandonar a sessão. Levou com ele as duas colegas emedebistas. Mas também levou os dois vereadores do PT, que deixaram a sessão no intuito de tentar inviabilizar os trabalhos legislativos por falta de quórum. Não conseguiram.
Ainda durante a sessão, o grupo emedebista gravou um vídeo ao lado do petista Marcos Carvalho no qual alinhavam o mesmo discurso acerca de um possível “atropelo” do regimento pelo fato de Fernandes não ter conseguido o pedido de vistas. Nenhum dos vereadores, no entanto, mencionam o erro cometido pelo documento de autoria do parlamentar.
Com o processo eleitoral praticamente já deflagrado, tamanha a antecipação os debates visando a sucesso municipal, a aliança PT-MDB em Anápolis dá mais um passo importante com o movimento solidário feito por Lisieux Borges e Marcos Carvalho em apoio a Fernandes. Borges não participou do vídeo publicado, que contou com Carvalho.
Dois pesos
José Fernandes, que se revoltou com o fato de não ter podido adulterar a mão um documento oficial, não manteve o mesmo critério de avaliação quando o assunto é o cuidado com a redação correta de documentos.
Em outra ocasião recente, Fernandes chegou a justificar em plenário seu voto contra um projeto porque, segundo ele, era inadmissível que houvesse uma redação errada no documento. Na oportunidade, o vereador criticou o uso da grafia comercial “hum” no lugar do numeral “um” para se referir ao valor de “um mil reais” como costuma-se fazer em cheques.
A Câmara Municipal já tem na sua Comissão de Ética uma investigação acerca de falsificação de assinaturas em documentos do vereador Suender (PRTB). Suender que, aliás, também esteve no vídeo que criticava critérios para adulteração de documentos oficiais. Ele também abandonou a sessão.
FONTE: DM DE ANÁPOLIS