Juízes e advogados são acusados de fraudes em heranças milionárias

Operação “Follow The Money” revela esquema de desvio de espólios envolvendo magistrados e advogados; um juiz foi preso e outro está sob monitoramento eletrônico

Por: Redação

Foto: Divulgação

Uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Espírito Santo, culminada na operação “Follow The Money”, revelou um esquema de fraude em processos judiciais que visava o desvio de heranças milionárias deixadas por pessoas falecidas. A ação, realizada no dia 1º de agosto, teve como alvos principais dois juízes do estado: Bruno Fritoli, que foi preso por ordem do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), e Maurício Camatta Rangel, que atualmente encontra-se sob monitoramento eletrônico, usando tornozeleira.

De acordo com as informações obtidas pela operação, os magistrados, em conluio com advogados, formaram uma organização criminosa que se especializou em fraudar processos sucessórios. As investigações apontam que os envolvidos simulavam litígios, utilizando brechas legais para desviar valores significativos dos espólios. Esses recursos, que deveriam ser destinados aos legítimos herdeiros, acabavam nas mãos do grupo criminoso.

A operação foi autorizada pelo desembargador Sérgio Ricardo de Souza, que expediu sete mandados de prisão preventiva, 30 mandados de busca e apreensão, além de determinar o afastamento de dois agentes públicos de suas funções e a suspensão do exercício profissional de 13 pessoas envolvidas no esquema.

Documentos obtidos pela coluna Guilherme Amado revelam detalhes do suposto envolvimento do juiz Maurício Camatta Rangel. O procurador-geral de Justiça do Espírito Santo, Francisco Martínez Berdeal, ao solicitar a inclusão de Camatta na investigação em 26 de julho, destacou um “padrão recorrente” nas fraudes processuais, indicando que o magistrado utilizava estratégias previamente estabelecidas para legitimar as lides simuladas.

Esse caso lança luz sobre a vulnerabilidade do sistema judiciário em face de práticas corruptas e levanta questões sobre a integridade dos processos judiciais envolvendo grandes somas de dinheiro. As investigações continuam, e o Ministério Público trabalha para garantir que os responsáveis sejam devidamente punidos e que as heranças sejam restituídas aos herdeiros legítimos.

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