Por: Redação
Foto: Divulgação/Coiab
Na busca por ampliar sua voz e presença em eventos internacionais, os povos indígenas dos nove países que compõem a Bacia Amazônica se uniram para formar o G9, uma nova aliança que promete fortalecer a atuação desses povos na arena global. A criação do grupo ocorreu durante o Encontro Internacional de Povos Indígenas da Bacia Amazônica, realizado em Bogotá, Colômbia, entre os dias 14 e 16 de agosto de 2024.
De acordo com Angela Kaxuyana, representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o G9 é uma resposta estratégica às crises ambientais e climáticas que ameaçam a região e o mundo. “Nosso objetivo é fortalecer, alinhar e propor uma agenda comum para enfrentar os desafios que a Bacia Amazônica e seus povos estão enfrentando”, explica Kaxuyana.
A fundação do G9 foi marcada pela assinatura do “Acordo Conjunto dos Povos Indígenas da Região Amazônica pelo Cuidado com a Vida”, um documento que destaca a importância dos povos indígenas para a conservação ambiental e o combate às mudanças climáticas. No texto, os líderes ressaltam que a discussão sobre biodiversidade é incompleta sem considerar o papel central dos povos indígenas, cuja relação ancestral com a terra tem sido crucial para a preservação da Amazônia.
A nova aliança já tem grandes desafios pela frente, com a participação planejada na 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, Pará, em 2025, e na 16ª Conferência sobre Biodiversidade (COP16) em Bogotá, Colômbia.
Entre os membros fundadores do G9 estão importantes organizações indígenas de toda a Bacia Amazônica, incluindo a Coiab do Brasil, a Organización Nacional de los Pueblos Indígenas de la Amazonía Colombiana (Opiac), a Amerindian Peoples Association (APA) da Guiana, e outras entidades do Peru, Equador, Bolívia, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.
O G9 surge como uma iniciativa poderosa para assegurar que as vozes indígenas sejam ouvidas e respeitadas nas discussões globais sobre o futuro do meio ambiente. Esta coalizão não apenas une os povos da Bacia Amazônica, mas também reforça a importância da sua sabedoria e práticas tradicionais na busca por soluções sustentáveis em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas.