Pablo Marçal dribla suspensão nas redes e mobiliza exército de seguidores em plataforma alternativa

Candidato à Prefeitura de São Paulo utiliza Discord para engajar milhares de apoiadores na criação de conteúdo viral, enquanto enfrenta acusações de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação

Por: Redação

Foto: Reprodução

Pablo Marçal, influenciador digital e candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, tem encontrado formas criativas de manter sua campanha ativa nas redes sociais, mesmo após enfrentar restrições impostas pela Justiça Eleitoral. Utilizando o Discord, uma plataforma de troca de mensagens, ele mobiliza uma comunidade de mais de 152 mil membros, incentivando a criação e disseminação de vídeos que promovem sua imagem.

A estratégia central de Marçal envolve competições remuneradas dentro do grupo “Cortes do Marçal”, onde os participantes são estimulados a produzir e compartilhar cortes de vídeos de suas entrevistas, lives e palestras. Os vídeos mais populares, com maior número de visualizações, são premiados com valores que podem chegar a R$ 10 mil mensais. Esta dinâmica não apenas amplia o alcance do conteúdo, mas também fortalece o engajamento de sua base de seguidores.

No entanto, essa estratégia não passou despercebida pelas autoridades. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou a suspensão dos perfis oficiais de Marçal nas redes sociais até o final das eleições, em outubro, em resposta a uma ação movida pelo PSB, partido da também candidata Tabata Amaral. A principal acusação é de que Marçal teria abusado do poder econômico e usado indevidamente os meios de comunicação ao pagar colaboradores para criar e divulgar conteúdos, prática que, segundo a acusação, impulsionou artificialmente sua campanha.

Apesar da suspensão, Marçal continua a explorar brechas. Embora proibido de realizar competições remuneradas relacionadas à sua campanha, o grupo no Discord permanece ativo. Os administradores, incluindo funcionários da empresa de Marçal, PLX Digital, seguem incentivando a produção de vídeos, agora focados em outros influenciadores, como Renato Cariani, enquanto se posicionam contra o que chamam de censura judicial.

A situação levanta debates sobre os limites da liberdade de expressão e o impacto das redes sociais na dinâmica eleitoral. Segundo Daniel Costa, especialista em marketing digital, a tática de Marçal é eficaz por utilizar gatilhos emocionais que aceleram a viralização dos conteúdos. Contudo, ele alerta para os riscos de disseminação de informações não verificadas, potencializando a propagação de fake news.

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