Por: Redação
Foto: Evaristo Sa/AFP
Nesta quinta-feira (5), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) está promovendo uma série de atos em 18 estados brasileiros para marcar o Dia da Amazônia e destacar a crise ambiental que afeta a região. As manifestações visam chamar a atenção para a seca severa que está devastando a Amazônia e pressionar o poder público por medidas emergenciais e políticas eficazes de proteção ambiental.
A seca, considerada a mais intensa da história recente, tem causado uma grave crise hídrica. O Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) confirmou que todos os municípios do Acre estão em situação de emergência, enquanto Rondônia enfrenta escassez hídrica. Além disso, os rios Negro e Solimões no Amazonas atingiram níveis críticos de vazante. O aumento dos focos de incêndio, com um crescimento de 140% até junho deste ano em relação ao mesmo período de 2023, exacerba a situação.
O MAB também lançará um manifesto assinado por mais de 200 organizações, redes e parlamentares. O documento critica as ações de grandes corporações do agronegócio, mineração e setor energético, apontando que essas empresas são responsáveis por grande parte da destruição ambiental. “Quem desmata e queima nossas florestas, queima nosso futuro. Essas são forças que colocam o lucro acima de tudo e prejudicam nosso futuro comum”, afirma o manifesto.
A mobilização do MAB incluirá uma variedade de atividades nas principais cidades da região amazônica. Em Porto Velho (RO), o 30° Grito das Excluídos e Excluídas ocorrerá às 8h na Prefeitura. Em Ariquemes, o IV Acampamento da Juventude da Via Campesina vai se estender de 5 a 8 de setembro. Em Sinop (MT), será realizado o seminário “Amazônia: Riqueza, Degradação e Saque” das 19h às 22h no Auditório L34 da UNEMAT. Em Belém (PA), haverá mobilizações na Sudam às 9h e no MPF às 15h. Outras cidades como Macapá, São Luís, Altamira, Santarém e Manaus também terão atos programados.
O MAB enfatiza a necessidade urgente de ações para proteger a população da região, incluindo a distribuição de água potável e alimentos, auxílio emergencial, remédios e atendimento médico especializado, além da implementação de sistemas de transporte alternativo para áreas isoladas e o reforço das ações contra queimadas e desmatamento.