Alerta sobre racismo sistêmico: relatório aponta desafios para afrodescendentes na vida pública
Racismo sistêmico: relatório da ONU aponta desafios para afrodescendentes na vida pública; situação do Brasil preocupa
Um relatório divulgado nesta terça-feira (5) pelo Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos aponta que o racismo sistêmico ainda é um desafio para a participação significativa de afrodescendentes nos assuntos públicos de seus países.
O documento reforça que as experiências da escravidão e do colonialismo também são raízes da marginalização e exclusão que afetam as populações afrodescendentes até os dias de hoje.
A principal conclusão do relatório é que as consequências do racismo sistêmico estão presentes em todos os aspectos da vida dos descendentes de africanos, incluindo uma menor participação na vida pública e política.
Situação no Brasil preocupa
Os especialistas analisaram o cenário em 44 países. A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos reconheceu que o Brasil é um dos países onde a situação preocupa, especialmente em relação à violência policial desproporcional.
Ravina Shamdasani lembrou que no Brasil, embora o número geral de mortes por policiais tenha diminuído em 2021, pela primeira vez, em nove anos, o número de negros mortos pelas forças de segurança aumentou. Ela lamentou também um espaço considerado restrito para o diálogo entre o governo e afrodescendentes e quilombolas. Além de perseguição a ativistas, com ameaças e crimes que muitas vezes ficam impunes.
Para mudar a realidade – não só no Brasil – a ONU cobra ações mais inclusivas, com uma participação ativa nas discussões de quem sente na pele os efeitos de todos esses problemas. O relatório será apresentado oficialmente ao Conselho de Direitos Humanos da ONU daqui há um mês.
Fonte: JH