Por: Redação
Foto: RAFAEL VIEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
A chegada de Deolane Bezerra à Colônia Penal Feminina de Buíque, localizada no Agreste pernambucano, desencadeou uma onda de protestos dentro do presídio. Detenta sob prisão preventiva após a “Operação Integration”, que apura envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro e apostas ilegais vinculados à empresa “Esportes da Sorte”, Deolane foi colocada em uma cela individual, fato que gerou insatisfação entre as demais presidiárias.
O presídio enfrenta superlotação severa, abrigando 264 detentas em um espaço com capacidade para apenas 107, criando um cenário de desconforto e precariedade. As apenadas protestaram não apenas pela chegada de uma nova prisioneira, mas principalmente pelas condições privilegiadas que a advogada parece desfrutar, em contraste com o cotidiano marcado pela falta de estrutura adequada.
O jornalista Josival Ricardo, da TV Jornal, relatou que a tensão provocada pela presença da influenciadora resultou em pequenas melhorias na fachada da unidade prisional, que passou por uma nova pintura. Embora tais reformas pareçam um esforço da administração para minimizar o descontentamento, elas não solucionam os problemas estruturais mais profundos da prisão.
Em meio ao tumulto, detalhes sobre a rotina de Deolane na unidade também chamaram atenção. O cardápio de seu café da manhã – uma banana, um suco e dois copos d’água – foi divulgado pela imprensa, reforçando a cobertura midiática sobre a figura pública.
A reação das detentas expõe não apenas a desigualdade no tratamento de presos de alto perfil, mas também a crescente pressão sobre o sistema prisional brasileiro, que continua a enfrentar desafios como superlotação e condições desumanas para a população carcerária. A situação de Deolane Bezerra no presídio de Buíque, portanto, se tornou um símbolo dessa realidade, amplificando um debate que vai além dos muros da penitenciária.