Ex-presidente sofre reveses em importantes capitais, mas celebra vitórias em quatro cidades, incluindo São Paulo e Porto Alegre
Neste domingo (27/10), o segundo turno das eleições municipais de 2024 evidenciou os desafios enfrentados por candidatos apoiados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Das 15 capitais que escolheram seus prefeitos, sete rejeitaram os candidatos do Partido Liberal (PL), refletindo um panorama adverso para o bolsonarismo. As derrotas ocorreram em Palmas (TO), Manaus (AM), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA).
Em Palmas, a disputa foi acirrada, com a candidata Janad Valcari (PL) conquistando 46,97% dos votos, mas insuficientes para vencer Eduardo Siqueira Campos (Podemos), que alcançou 53,03%. Situação semelhante ocorreu em Manaus, onde o capitão Alberto Neto (PL) foi superado por David Almeida (Avante), que obteve 54,59% dos votos contra 45,41% do candidato bolsonarista. Já em Goiânia, Fred Rodrigues (PL), endossado por Bolsonaro, não conseguiu superar Mabel (União Brasil), que venceu com 55,53% dos votos.
Outras derrotas de destaque incluíram João Pessoa, onde Marcelo Queiroga (PL), ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro, obteve 36,09% dos votos e foi derrotado por Cícero Lucena (PP), que conquistou 63,91%. Em Fortaleza, André Fernandes (PL) perdeu por uma margem estreita para Evandro Leitão (PT), com 49,62% dos votos. Na capital mineira, Bruno Engler (PL) não conseguiu desbancar o atual prefeito Fuad Nomam (PSD), que garantiu sua reeleição com 53,73%. Por fim, em Belém, Eder Mauro (PL) obteve 43,64% dos votos e foi superado por Igor (MDB), com 56,36%.
Vitórias estratégicas em quatro capitais garantem fôlego ao bolsonarismo
Apesar das derrotas, Bolsonaro conseguiu celebrar vitórias em quatro capitais importantes: Cuiabá (MT), Aracaju (SE), Porto Alegre (RS) e São Paulo. Na capital do Mato Grosso, Abílio Brunino (PL) derrotou Lúdio Cabral (PT) com 53,80% dos votos. Em Aracaju, Emília Correia (PL) prevaleceu sobre Luiz Roberto (PDT), com uma vantagem de 57,46% a 42,54%.
Em Porto Alegre, a disputa foi marcada pela vitória de Sebastião Melo (MDB) contra Maria do Rosário (PT), consolidando o apoio bolsonarista na capital gaúcha. Já em São Paulo, a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), que obteve 59,35% dos votos contra 40,65% de Guilherme Boulos (PSol), representou um marco importante, mesmo sem a participação ativa de Bolsonaro na campanha. A proximidade política entre Nunes e o ex-presidente, somada à forte oposição a Boulos, impulsionou a vitória do atual prefeito.
Resultados refletem um cenário eleitoral desafiador para 2026
As derrotas em capitais estratégicas como Belo Horizonte e Fortaleza, aliadas às vitórias pontuais, indicam que o bolsonarismo continua a ter relevância no cenário político nacional, mas enfrenta resistência em regiões onde o eleitorado busca alternativas. Os resultados ressaltam a necessidade de uma reestruturação política, enquanto as alianças para as eleições gerais de 2026 começam a se formar.
Por: Redação
Foto: Wilton Júnior/Estadão