Desperdício de vacinas contra Covid-19 e outras doenças reflete desafios da saúde pública
Em 2024, o Ministério da Saúde incinerou 10,9 milhões de doses de vacinas vencidas, evidenciando dificuldades na administração de imunizantes essenciais. As doses descartadas eram, em sua maioria, destinadas à prevenção da Covid-19, mas incluem também vacinas contra meningite, febre amarela, e pneumonia. Esse volume expressivo de imunizações desperdiçadas traz à tona questões sobre a eficiência e o planejamento do sistema de saúde brasileiro.
Acúmulo de vacinas expiradas indica falhas na previsão de demanda
O problema pode se agravar, já que o estoque atual do Ministério da Saúde ainda armazena 12 milhões de doses vencidas, das quais 9 milhões são da Janssen contra Covid-19. Segundo informações obtidas pela Lei de Acesso à Informação, essas doses também estão previstas para descarte. Esse dado ressalta a importância de estratégias mais precisas e preventivas para evitar que vacinas essenciais se tornem obsoletas antes de serem utilizadas.
Desinformação pública e a baixa adesão dificultam gestão de estoques
De acordo com o Ministério, campanhas de desinformação prejudicaram a adesão popular aos imunizantes, especialmente contra a Covid-19, criando receio sobre sua segurança e eficácia. Esse fenômeno reflete um contexto em que o governo enfrenta o desafio de promover a vacinação em um ambiente onde a confiança pública foi comprometida, o que impacta diretamente o consumo e a validade dos estoques.
Um histórico de queda nas taxas de vacinação
O declínio na adesão vacinal não é um problema novo. Desde 2016, o país vem registrando redução nas taxas de imunização, principalmente para doenças como meningite e HPV, o que contribuiu para a escassez de vacinas em alguns períodos. Em 2023, o Brasil registrou uma melhora, saindo da lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas, segundo dados da OMS e Unicef, mas o cenário atual revela que ainda há muito a ser feito para recuperar a confiança e a eficiência das campanhas de vacinação no Brasil.
Por: Redação
Foto: Arquivo/Ricardo Wolffenbüttel/Secom