Profissional afirma ter sido constrangida por policiais civis durante atendimento; caso será investigado pela Corregedoria.
Uma médica que denunciou abuso de autoridade sofrido no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) na última segunda-feira (18) relatou estar traumatizada após o episódio. Em entrevista ao Mais Goiás, ela revelou que não consegue dormir direito e sente medo ao retornar ao trabalho. “Fiquei e ainda estou muito ansiosa. Tenho medo de passar por algo parecido novamente”, afirmou, sob anonimato.
A profissional foi presa durante o plantão, acusada de desacato por policiais civis que exigiam atendimento prioritário para um detento. Segundo seu relato, os agentes interromperam o atendimento de outro paciente e reagiram de forma agressiva quando ela pediu que aguardassem a vez. “Um deles gritou comigo com a mão no coldre da arma”, disse. Após realizar o exame solicitado, a médica foi presa cerca de 20 minutos depois, na frente de colegas e pacientes.
Ela descreveu a experiência como “humilhante e constrangedora” e afirmou que vai acionar a Justiça contra o Estado. “Ser levada dessa forma foi um enorme constrangimento. Sabia que não havia desacatado ninguém, então estava com a consciência tranquila, mas fiquei muito abalada.”
Repercussão e investigação
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudiou a atitude dos policiais e lamentou o episódio. Em nota, declarou que irá apurar se houve falha na conduta ética da médica, mas ressaltou que os agentes desrespeitaram tanto a profissional quanto o paciente em atendimento.
O governador Ronaldo Caiado e as autoridades de segurança foram cobrados para que o caso seja investigado com rigor. A Polícia Civil informou que a Corregedoria assumiu as investigações e prometeu analisar as circunstâncias da ação.
Hetrin e medidas legais
O Hetrin lamentou o ocorrido, destacou sua colaboração com as investigações e reiterou seu compromisso com os profissionais da saúde e com a população. Já a defesa da médica anunciou que medidas judiciais serão tomadas contra o Estado, buscando reparação por danos morais e reafirmando a inocência da profissional.
O caso gerou grande repercussão entre médicos e outros profissionais da saúde, que criticaram a postura dos agentes e destacaram a necessidade de respeito no ambiente de trabalho.
Por: Redação
Foto: Divulgação/Hetrin