Ex-presidente e general da reserva refutam acusações enquanto Polícia Federal desmantela esquema que planejava atentados e um golpe militar em 2022
A Polícia Federal segue investigando um esquema que teria como objetivo a anulação das eleições presidenciais de 2022, apontando o ex-presidente Jair Bolsonaro como líder da trama e o general Walter Braga Netto como executor do plano. Ambos negaram as acusações, classificando-as como infundadas e politicamente motivadas.
Durante uma transmissão ao vivo, Bolsonaro ironizou a operação, criticando o ministro do STF Alexandre de Moraes. “Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais? Cadê a tropa? Não fiquem colocando chifre em cabeça de cavalo,” declarou o ex-presidente, mencionando as prisões preventivas de militares como injustas.
A PF revelou que o grupo, composto por militares e um agente da Polícia Federal, planejava assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Os envolvidos batizaram a operação de “punhal verde e amarelo.”
Entre os presos estão o general da reserva Mário Fernandes e três tenentes-coronéis, acusados de participação ativa no planejamento golpista. A operação também se baseou em mensagens recuperadas dos dispositivos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que confirmam o teor golpista e os planos de assassinato.
Braga Netto, ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022, utilizou as redes sociais para negar qualquer intenção golpista. A defesa do general afirmou que ele “sempre primou pela ética e pela lealdade a Bolsonaro,” repudiando insinuações de que poderia ter interesses próprios no comando do país.
Suspensão de Salários e Bloqueio de Bens
O subprocurador-geral Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao TCU, pediu a suspensão dos salários de Bolsonaro e de 24 militares indiciados. Entre os citados estão Braga Netto, com remuneração de R$ 35,2 mil, e Mauro Cid, que recebe R$ 27 mil. O total anual dos vencimentos ultrapassa R$ 8,8 milhões.
Além disso, foi solicitado o bloqueio de bens no valor de R$ 56 milhões, correspondente aos prejuízos causados por atos golpistas, como a destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023. Segundo Furtado, permitir o pagamento a envolvidos na tentativa de golpe é uma afronta aos cofres públicos e ao Estado democrático.
A investigação prossegue sob segredo de justiça, mas cresce a pressão para responsabilização criminal e financeira de todos os envolvidos.
Por: Redação
Foto: Marcos Corrêa/PR