Grupo também é acusado de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro; prejuízo aos produtores chega a R$ 40 milhões
A Polícia Civil prendeu quatro pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa responsável por aplicar golpes em pelo menos 13 produtores de grãos em Rio Verde, Goiás. Durante a operação, realizada nos dias 28 e 29 de novembro, foram apreendidos 470 veículos, aeronaves, imóveis de luxo e outros bens. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 19 bilhões.
O delegado Márcio Henrique Marques, responsável pelo caso, informou que o prejuízo estimado aos produtores rurais é de R$ 40 milhões. Entre os suspeitos, Camila Rosa Melo e Vinicius Martini de Mello seguem foragidos e teriam fugido para os Estados Unidos. Ambos foram incluídos na lista vermelha da Interpol.
Operação Deméter
A investigação começou em junho deste ano após Vinicius, corretor de grãos, aplicar um golpe milionário e deixar o país. A polícia cumpriu 34 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Verde, Morrinhos, Goiânia, Santo Antônio da Barra e Montividiu, resultando na apreensão de bens avaliados em aproximadamente R$ 200 milhões.
Segundo o delegado, o grupo utilizava empresas de fachada, conhecidas como “noteiras”, para emitir notas fiscais falsas e contratar laranjas para evitar o recolhimento de tributos. Esse esquema prejudicou o estado de Goiás, que sofreu perdas fiscais significativas.
“O grupo adquiria grãos a preços elevados, revendia por valores menores e não recolhia os tributos. Além disso, lavavam o dinheiro desviado, reinserindo-o no mercado como se fosse lícito”, explicou o delegado.
Fraude contra produtores rurais
Além da sonegação fiscal, o grupo enganava produtores rurais ao comprar grãos sem efetuar os pagamentos ou ao revender mercadorias sem entregá-las. “Eles não se contentaram com o dinheiro obtido com sonegação e estelionatos, também vitimaram os produtores rurais. Compravam sem pagar e revendiam sem entregar”, concluiu o delegado.
As investigações continuam, e a Polícia Civil trabalha para localizar os foragidos e aprofundar o rastreamento dos recursos desviados.
Por: Redação
Foro: Divulgação/PCGO