Expansão surpreende após promessas de restrição no governo Lula
Apesar das promessas do governo Lula de restringir o acesso a armas de fogo, o Brasil registrou um aumento significativo no número de Caçadores, Atiradores e Colecionadores de armas (CACs). Entre julho de 2023 e dezembro de 2024, o total de registros saltou de 803 mil para quase 2 milhões, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Exército.
Esse crescimento ocorre em meio a um cenário de medidas mais rígidas implantadas pelo atual governo, como a redução no limite de armas e munições permitidas, a revisão de registros e o reforço da fiscalização por parte da Polícia Federal (PF) e do Exército.
Especialistas apontam que o período de flexibilização durante o governo Bolsonaro impulsionou a regularização de armamentos. Mariana Félix, criminalista e especialista em legislação armamentista, destaca que a gestão anterior facilitou o acesso a armas ao ampliar limites de aquisição, reduzir burocracias e liberar calibres antes restritos. “Muitos regularizaram armas para evitar serem considerados ilegais sob uma possível mudança de governo, o que se concretizou”, explica.
A expansão de clubes de tiro também atraiu novos adeptos. Além disso, mesmo com a revogação de decretos de Bolsonaro e a imposição de novas regras pelo governo Lula, o impacto das medidas anteriores ainda é observado.
A transferência da fiscalização de licenças dos CACs do Exército para a Polícia Federal, prevista para janeiro de 2025, foi adiada em pelo menos seis meses. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, justificou o atraso devido à falta de recursos materiais e humanos.
Embora o Exército tenha transferido o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma) para a plataforma Sinarm da PF, a corporação ainda aguarda a autorização de concursos e a publicação de um decreto para reestruturação administrativa. A meta é criar um departamento exclusivo para o controle de armas.
Enquanto isso, o número crescente de CACs reforça o debate sobre segurança pública e o controle de armamentos no Brasil, em um cenário de ajustes legislativos e administrativos em andamento.
Por: Redação
Foto: Hosein Charbaghi/Unsplash