O Partido Liberal (PL) de Goiás enfrenta turbulências internas após a divulgação de uma nota de repúdio contra o vereador eleito por Goiânia, Major Vitor Hugo. O posicionamento oficial do partido, emitido na última terça-feira (18), condena as movimentações de Vitor Hugo para estabelecer proximidade com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), que pode ser vista como parte de um projeto político para as eleições de 2026.
A nota aponta que a conduta de Vitor Hugo ocorreu “de forma individual” e contraria a linha partidária, destacando que o PL pretende lançar candidatura própria ao governo estadual. Segundo o comunicado, as ações do vereador refletem “interesses pessoais” ligados a sua possível candidatura ao Senado e afirma que atitudes similares não serão toleradas.
“O Partido Liberal informa que não autorizou o filiado a estabelecer diálogos com seus adversários em âmbito estadual. Atitudes como essa não representam os propósitos partidários, mas sim interesses pessoais de um filiado que busca viabilizar sua candidatura ao Senado sem o aval da sigla”, ressaltou a nota.
Em resposta, Major Vitor Hugo criticou a nota do partido, classificando-a como “maldosa, infantil, mentirosa e imprecisa”. Ele reforçou sua lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro e destacou que qualquer decisão sobre apoios será feita com base em orientações do ex-mandatário.
Vitor Hugo também pontuou que o PL estadual ainda não possui definições para o pleito de 2026, afirmando que as decisões só serão tomadas na convenção partidária. “Eu vou apoiar para o Governo e para o Senado quem Bolsonaro indicar. E não preciso de autorização de ninguém, a não ser do próprio presidente, para dialogar com qualquer pessoa, especialmente com Daniel Vilela, a quem Bolsonaro tem grande consideração”, afirmou.
A menção ao vice-governador Daniel Vilela como figura próxima a Bolsonaro foi sustentada pela Medalha 3i (“imorrível, imbroxável e incomível”), concedida por Bolsonaro a Vilela, reforçando a conexão política entre ambos.
O episódio reflete as tensões no PL goiano, dividido entre sua estratégia para 2026 e disputas internas de poder. A tentativa de Major Vitor Hugo de conduzir articulações fora dos parâmetros partidários expõe desafios na coesão da sigla, especialmente em um cenário onde a relação com figuras de partidos adversários, como o MDB de Daniel Vilela, ganha destaque.
A crise no PL reforça a complexidade de alianças políticas em Goiás, evidenciando que o alinhamento entre interesses pessoais e partidários pode determinar a configuração eleitoral da sigla nas próximas eleições.
Por: Redação
Foto: Michel Jesus