Após gesto racista em jogo contra o Grêmio, atletas argentinas têm prisão convertida em preventiva
Quatro jogadoras do River Plate foram presas por injúria racial após um gesto discriminatório durante a partida contra o Grêmio, pela Ladies Cup, na última sexta-feira. As atletas, Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Milagros Diaz, foram detidas em flagrante e, após audiência de custódia, tiveram sua prisão convertida em preventiva pela justiça brasileira. Elas seguem detidas no complexo penitenciário de São Paulo.
O incidente ocorreu durante o primeiro tempo da partida, quando Candela Díaz, após o gol de empate do Grêmio, fez gestos imitando um macaco para um dos gandulas, o que foi registrado em vídeos e rapidamente viralizou nas redes sociais. O gesto racista gerou um tumulto no campo, com as jogadoras do Grêmio, conhecidas como Gurias Gremistas, reagindo e defendendo o gandula. A confusão resultou na expulsão de seis jogadoras do River Plate, que levaram a partida a ser interrompida.
O Grêmio se manifestou oficialmente, denunciando que suas jogadoras também foram vítimas de palavras e gestos racistas. Um Boletim de Ocorrência foi registrado após o incidente, e a justiça decidiu manter as jogadoras argentinas presas preventivamente, a fim de evitar que elas deixassem o país durante o processo legal.
Postura contra o racismo
Em resposta ao ocorrido, o River Plate condenou os gestos de suas jogadoras e afirmou estar tomando as medidas necessárias para combater o racismo dentro de sua equipe. O clube informou que está implementando ações disciplinares para tratar o caso com a seriedade que o problema exige.
A organização da Ladies Cup também se posicionou, informando que o River Plate foi eliminado do torneio e suspenso por dois anos. “Reafirmamos nosso compromisso com a luta contra o racismo e com a promoção de um ambiente respeitoso no esporte”, destacaram os organizadores.
Por: Tatiane Braz
Foto: Reprodução