Deputado paraibano recebeu 444 votos e defendeu um parlamento forte e independente
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) foi eleito neste sábado (1º) presidente da Câmara dos Deputados, conquistando 444 votos no primeiro turno. Essa é a segunda maior votação da história para o cargo, ficando atrás apenas da reeleição de Arthur Lira (PP-AL) em 2023, que teve 464 votos.
Em seu discurso de posse, Motta enfatizou a necessidade de superar a polarização política e fortalecer a democracia. “Não existe um caminho da direita, da esquerda ou do centro, existe apenas o caminho do Brasil. Faço um apelo aos meus colegas: ‘vamos deixar o Brasil passar'”, declarou.
O novo presidente da Câmara também destacou a importância da estabilidade econômica e da liberdade de imprensa. “Nada pior para os mais pobres do que a inflação e a instabilidade na economia. Defender a democracia é também garantir a estabilidade econômica e social”, afirmou.
Motta fez referências ao legado de Ulysses Guimarães, símbolo da redemocratização, segurando um exemplar da Constituição e repetindo o gesto icônico do político na promulgação da Carta Magna em 1988. “Viva a democracia!”, exclamou.
Articulação política garantiu vitória no primeiro turno
A vitória expressiva de Motta foi resultado de uma articulação entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Centrão, bloco influente na Casa. Apesar de integrar a aliança entre Republicanos, MDB, PSD e Podemos, o deputado também mantém boas relações com o PP e o União Brasil, partidos estratégicos na composição do Legislativo.
O parlamentar derrotou Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), consolidando-se como um nome de consenso entre governistas e oposicionistas.
Com sua eleição, Motta assume o desafio de liderar uma Câmara dividida, buscando equilibrar os interesses do governo e da oposição, além de conduzir pautas legislativas de grande impacto para o país.
Por: Redação
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão