Primeiro pontífice latino-americano e jesuíta, Jorge Mario Bergoglio desafiou os limites da saúde para seguir sua missão
Francisco entrou para a história ao se tornar, em 2013, o primeiro papa das Américas e o primeiro da ordem jesuíta a comandar a Igreja Católica. Nascido Jorge Mario Bergoglio, o argentino de Buenos Aires assumiu o pontificado com a missão de aproximar a Igreja dos mais humildes, reforçando valores como compaixão, justiça social e simplicidade.
Com o passar dos anos, o papa enfrentou sérios problemas de saúde. Episódios de gripes frequentes, bronquite, quedas e infecções respiratórias passaram a comprometer seu bem-estar. Ainda assim, manteve uma rotina ativa, recebendo fiéis e líderes mundiais, mesmo com auxílio de cadeira de rodas e bengalas.
Em fevereiro, foi internado para tratar uma bronquite causada por infecção viral. Mesmo com o estado debilitado, Francisco continuou participando de compromissos dentro de sua residência no Vaticano.
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Trajetória de vida
Filho de imigrantes italianos, Bergoglio era o mais velho de cinco irmãos. Formou-se em química na juventude, mas logo sentiu o chamado religioso. Licenciado em filosofia e teologia, tornou-se padre em 1969. Atuou como professor, bispo auxiliar e, em 2001, foi elevado a cardeal por João Paulo II.
À frente da arquidiocese de Buenos Aires, com mais de 3 milhões de fiéis, Bergoglio desenvolveu um trabalho pastoral com foco na caridade e na evangelização dos mais pobres. Sua visão humanista e prática lhe rendeu reconhecimento internacional, abrindo caminho para sua eleição como sucessor de Bento XVI, que havia renunciado por questões de saúde.
Em 2024, diante das especulações sobre uma possível renúncia, Francisco afastou os rumores, afirmando que sua condição física não era um obstáculo determinante para abandonar a liderança da Igreja. Ele declarou: “Não há razão grave o suficiente que me leve a desistir.”
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Reprodução/CNN Brasil