Alessandro Stefanutto teve celular apreendido e foi alvo de buscas; Lula já havia ordenado a demissão
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, pediu demissão nesta quarta-feira (23), após ser um dos alvos da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal. A investigação apura um esquema de fraudes em aposentadorias e pensões que teria causado prejuízo de até R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos, com descontos irregulares nos benefícios pagos a segurados.
A saída ocorre poucas horas depois de o presidente Lula ter ordenado sua exoneração. Stefanutto é servidor de carreira desde 2000, já foi filiado ao PSB e, atualmente, integra o PDT, partido do ministro Carlos Lupi, que o indicou ao cargo.
A operação deflagrada pela PF também atingiu outros servidores da autarquia. Ao todo, foram 211 mandados judiciais cumpridos em diversos estados, com apreensões, sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão, e seis mandados de prisão temporária. A ação ainda resultou no afastamento de seis servidores do INSS.
Na manhã desta quarta, agentes federais foram ao apartamento funcional de Stefanutto em Brasília, onde apreenderam seu celular pessoal. A suspeita é de envolvimento direto no esquema de descontos indevidos em mensalidades associativas cobradas de forma ilegal sobre os benefícios previdenciários.
Fraude atinge dois governos
Segundo a Polícia Federal, as irregularidades ocorreram entre os anos de 2019 e 2024, abrangendo os governos de Jair Bolsonaro e do atual presidente Lula. A operação mobilizou cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) em 16 estados e no Distrito Federal.
Os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Divulgação/INSS