Defesa acusa novo promotor de ignorar provas de abuso e solicita mudança na condução do caso que pode reverter prisão perpétua
Erik e Lyle Menendez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato dos pais em 1989, vivem um dos momentos mais cruciais de suas vidas: a revisão de sentença que pode torná-los elegíveis para liberdade condicional.
Às vésperas da audiência, marcada para 9 de maio, a defesa dos irmãos acusa o promotor recém-eleito de Los Angeles, Nathan Hochman, de conflito de interesse. Segundo os advogados, Hochman nomeou Kathleen Cady — ex-representante de um parente contrário à redução da pena — para um cargo de destaque no Departamento de Serviços às Vítimas. Além disso, reverteu a recomendação de seu antecessor, George Gascón, que havia sugerido a possibilidade de liberdade condicional para os réus.
A defesa argumenta ainda que grande parte da família Menendez apoia a revisão da sentença, mas que essas opiniões vêm sendo ignoradas pelas autoridades atuais.
Erik e Lyle, hoje com 54 e 57 anos, alegam que agiram para se proteger de anos de abuso sexual e psicológico cometidos pelo pai, José Menendez. Essa narrativa ganhou força nos últimos anos, impulsionada pelos lançamentos de séries como Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais e o documentário O Caso dos Irmãos Menendez, ambos da Netflix, que reacenderam o debate público sobre o caso.
Possibilidade de reverter a sentença
Desde a condenação, os irmãos Menendez tentam, sem sucesso, reverter a decisão por meio de recursos. Em 2023, a defesa apresentou um pedido de habeas corpus baseado em novas evidências, incluindo uma carta encontrada na cela de um dos irmãos, relatando o comportamento abusivo do pai.
A audiência de maio pode ser decisiva para o futuro dos irmãos, após décadas de batalhas judiciais.
Por: Lucas Reis
Foto: Reprodução / Rolling Stone Brasil