Ação conjunta da Polícia Civil e Procon desarticula esquema de distribuição de bebidas adulteradas; outras apreensões semelhantes foram registradas em cidades do interior paulista
Em uma operação realizada na manhã desta sexta-feira (25), a Polícia Civil de Goiás, em parceria com o Procon municipal, apreendeu mais de 200 caixas de whisky falsificado no Camelódromo de Campinas, um dos principais centros comerciais populares de Goiânia. De acordo com as autoridades, a ação foi resultado de uma investigação que durou três meses, após denúncias de consumidores sobre a comercialização de bebidas com indícios de adulteração.
Segundo a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), os produtos estavam armazenados em depósitos clandestinos nos fundos de várias bancas do camelódromo, prontos para serem distribuídos no comércio informal. A perícia inicial constatou que o whisky continha substâncias impróprias para consumo, colocando em risco a saúde pública.
Outras apreensões indicam crescimento da prática
Casos semelhantes têm sido registrados em diversas cidades brasileiras. No início deste ano, a Guarda Municipal de Americana (SP) interceptou mais de 200 litros de whisky e 400 garrafas de bebidas falsificadas em uma destilaria clandestina. Já em Campinas (SP), a Polícia Civil desmantelou uma fábrica de bebidas adulteradas, com apreensão de cerca de 200 mil litros de whisky, vodka e cachaça.
Levantamento da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) aponta que a falsificação de bebidas alcoólicas aumentou 226% na Região Metropolitana de Campinas entre 2021 e 2022, com mais de 19 mil garrafas apreendidas no período. Especialistas alertam que o consumo dessas bebidas pode causar desde intoxicações leves até quadros graves, como cegueira permanente, devido à presença de metanol.
Risco à saúde e prejuízos ao mercado
O delegado responsável pela operação em Goiânia, Ricardo Vilela, ressaltou que a prática de falsificação não só coloca em risco a saúde dos consumidores, mas também causa sérios prejuízos ao mercado formal. “Além de ferir as normas sanitárias, esses produtos sonegam impostos e alimentam uma rede criminosa que movimenta milhões de reais”, destacou.
As autoridades orientam que os consumidores adquiram bebidas apenas em estabelecimentos regularizados, verificando sempre o lacre, o rótulo e a procedência. A fiscalização deve seguir intensificada nas próximas semanas em Goiânia e região metropolitana.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Divulgação/PCGO