Zelensky celebra sucesso da “Operação Teia de Aranha”, que atingiu quatro bases militares a mais de 4 mil km da linha de frente
A Ucrânia realizou um ataque inédito contra quatro bases militares da Rússia, destruindo 40 aviões de guerra com o uso de 117 pequenos drones, cada um com menos de 3 kg. A operação ocorreu na noite deste domingo (1º) e foi confirmada nesta segunda-feira (2) pela rede britânica BBC, citando fontes militares ucranianas.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou a ação, batizada de “Operação Teia de Aranha”, como um “sucesso estratégico” e informou que o ataque comprometeu cerca de 34% dos porta-mísseis russos.
Segundo o governo ucraniano, os equipamentos utilizados foram drones FPV (First Person View), que permitem ao operador controlar o dispositivo à distância com visão em tempo real, proporcionando maior precisão nas manobras e ataques.
De acordo com informações divulgadas pela agência Reuters, militares ucranianos conseguiram infiltrar os drones até as bases russas escondendo-os sob os telhados de galpões de madeira. O ataque aconteceu na região de Irkutsk, a mais de 4.300 km da linha de frente do conflito, o que representa um feito logístico inédito nesta guerra.
Essa distância está além do alcance dos mísseis balísticos ou drones de longo alcance normalmente utilizados pela Ucrânia, o que exigiu uma operação de infiltração minuciosa.
A base aérea atacada é uma das principais da região e abriga bombardeiros estratégicos supersônicos Tupolev Tu-22M, aeronaves que vêm sendo empregadas pela Rússia para lançar mísseis contra alvos ucranianos.
Nas redes sociais, vídeos não verificados começaram a circular, supostamente mostrando os drones FPV em ação durante o ataque. Especialistas consideram que essa investida pode representar uma mudança importante na dinâmica do conflito, ao demonstrar que a Ucrânia é capaz de atingir alvos estratégicos bem dentro do território russo.
Zelensky afirmou que a operação foi um “marco na defesa da soberania ucraniana” e prometeu que novas ofensivas do tipo podem ocorrer, caso a Rússia não recue de suas ações militares.
Por: Genivaldo Coimbra
Foto: Jose Colon/Anadolu / Getty Images