Desmistificando o Racismo: Geacri e a visão de Joaquim Adorno no mês da Consciência Negra pelo Portal Democrata

No mês de novembro, celebra-se o mês da Consciência Negra no Brasil. Para compreender a importância desta data e o que ela representa, o Portal Democrata ouviu o delegado Joaquim Adorno, titular do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri).

 

Segundo Adorno, há mais de 350 procedimentos em andamento, e quase 300 inquéritos já foram instaurados em 2023 pelo Geacri. Ele destaca que o racismo ocorre quando a educação falha: “A polícia não é a razão primeira para mudar qualquer realidade social. Devemos pensar que a polícia é aquela instituição que trabalha quando todos os outros órgãos ou estruturas sociais não funcionam.”

 

O Geacri, foi criado em 2021, ele visa dar suporte às “vítimas de crimes de racismo e outras intolerâncias”. Adorno enfatiza que todos os servidores do grupo foram qualificados para oferecer o atendimento especializado necessário, compreendendo as complexidades étnicas, sociais e religiosas do país.

 

O Geacri tem o objetivo de apoiar as vítimas, como indica o próprio nome. Nas delegacias sociais, o foco é o atendimento à vítima, e aqui o foco é nas vítimas de crimes de intolerância“, pontua o delegado.

 

Adorno defende que a mudança cultural e de pensamento ocorre ao longo das gerações. Ele destaca iniciativas em duas frentes: “O Goiás sem Racismo” visa abordar o racismo institucional e na sociedade, enquanto o aprimoramento dos profissionais de segurança pública é crucial no combate aos crimes de racismo.

Na visão de Joaquim Adorno, investigar uma pessoa ou abrir um inquérito para apurar um crime de racismo pode ser considerado uma ação pedagógica: “Isso é pedagógico, porque você está mostrando que o fulano foi indiciado por racismo. Toda comunidade vê aquela conduta, o resultado e vê que o estado não aprovou, a pessoa foi penalizada.

Acaba inibindo aqueles que ainda não têm essa consciência, porque a pessoa que comete racismo se vê naquela ação. “A pessoa que é homofóbica, transfóbica ou racista viu o resultado do que ocorreu.”

 

Texto: Alex Alves

Foto: Arquivo/GEACRI

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