Por: Alex Alves
Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
No desdobramento da revelação feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sobre a ameaça de enforcamento na Praça dos Três Poderes, surge a constatação de que tal incidente não chegou ao conhecimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa (CLDF). A ausência dessa informação crucial no relatório de 444 páginas, elaborado pelos integrantes, incluindo o deputado distrital Hermeto (MDB), lança luz sobre a complexidade do panorama político e de segurança no país.
Os responsáveis pela produção do relatório compartilham que a gravidade da ameaça feita ao ministro não foi abordada no âmbito da CPI. Acredita-se que tal lacuna decorra do fato de Moraes ter conhecimento do incidente após seu encontro com os distritais em março do ano anterior, tornando desnecessária a exposição da informação aos parlamentares durante as investigações. Enquanto o caso segue sob a investigação da Polícia Federal, a omissão na CPI destaca lacunas preocupantes na abordagem de ameaças à democracia.
As ameaças, conforme relatadas por Moraes em entrevista ao jornal O Globo, revelam planos sinistros concebidos pelos participantes dos atos de 8 de janeiro de 2023. Os três cenários traçados incluíam desde a prisão e deslocamento para Goiânia até a ideia mais perturbadora de enforcamento na Praça dos Três Poderes. Moraes destaca a agressividade e ódio subjacentes a esses planos, sublinhando a dificuldade em distinguir entre a pessoa física e a instituição. O contexto complexo desses acontecimentos ressalta a necessidade de abordar questões de segurança e estabilidade democrática de maneira abrangente e eficaz.