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Por: Redação/Fala Canedo
Foto: Destaque/Reprodução
A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação sobre a possível utilização indevida de ferramentas de espionagem por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além do software First Mile, documentos da Operação Última Milha, desencadeada em outubro de 2023, sugerem o uso de outros programas, como o Cobalt Strike para invasão de computadores e o LTESniffer para interceptar tráfego em redes 4G, pela denominada “Abin paralela” em favor dos interesses pessoais e políticos de Bolsonaro.
A PF revela que o software First Mile foi empregado mais de 60 mil vezes pela Abin entre fevereiro de 2019 e abril de 2021, proporcionando acesso à geolocalização em tempo real e a dados pessoais registrados junto às operadoras de telefonia. A capacidade de monitoramento simultâneo do programa está sendo investigada.
A Operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Última Milha, inclui buscas na residência e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin. A PF alega que Ramagem autorizou investigações paralelas sem autorização judicial e sem indícios mínimos de materialidade. O deputado nega irregularidades, classificando a investigação como uma “salada de narrativas” e acusando a PF de tentar incriminá-lo.
De acordo com a PF, a Abin teria sido loteada e instrumentalizada contra desafetos de Bolsonaro, apoiando seus aliados. Os departamentos centrais na investigação são o Centro de Inteligência Nacional (CIN) e o Departamento de Operações de Inteligência (DOINT). A PF alega que a agência foi usada para monitorar políticos de oposição, auxiliar a defesa dos filhos do ex-presidente em investigações criminais, atacar as urnas e tentar associar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
• Nota ABIN
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“Há 10 meses a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações.”