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Por: Redação/Portal Fala Canedo
Foto: Destaque/ Ricardo Stuckert (Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje que o Brasil aumentará sua contribuição financeira para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA). Em seu discurso durante uma sessão extraordinária da Liga dos Estados Árabes no Cairo, no Egito, Lula instou todos os países a manterem e reforçarem suas doações.
A UNRWA, estabelecida em 1949, desempenha um papel vital na prestação de serviços sociais essenciais, como educação, saúde e moradia, para os palestinos na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano. Lula enfatizou que cortar o financiamento e, consequentemente, a ajuda humanitária, é um ato de desumanidade e covardia. “Chega de punições coletivas”, declarou o presidente.
No início deste ano, mais de 15 países suspenderam seu financiamento à agência após alegações de envolvimento de funcionários no ataque do grupo palestino Hamas a Israel em outubro do ano anterior. A UNRWA afirmou ter rescindido os contratos com os supostos envolvidos e iniciado uma investigação.
Lula lamentou a decisão dos países ricos de cortar a ajuda humanitária no momento em que o povo palestino mais precisa. Ele ressaltou a importância de investigar as denúncias, mas afirmou que a agência da ONU não pode ser paralisada, pois isso deixaria também os refugiados palestinos na Jordânia, Síria e Líbano desamparados.
Entre os principais financiadores da agência estão os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Alemanha. Líderes das principais agências humanitárias da ONU pediram a retomada das contribuições, e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil expressou preocupação com a redução das doações.
Os refugiados na Cisjordânia ocupada por Israel temem o fim da UNRWA e a interrupção de serviços essenciais como assistência médica e educação. A agência também realiza operações de emergência para atender aos mais de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza.
Lula destacou a necessidade de uma resposta proporcional e humanitária ao conflito entre Israel e Hamas. Ele condenou os ataques indiscriminados de ambos os lados e defendeu a libertação dos reféns israelenses pelo Hamas, um cessar-fogo definitivo e o estabelecimento de um Estado palestino independente.
Além disso, o presidente ressaltou a importância do Brasil como observador na Liga dos Estados Árabes e expressou o desejo de aprofundar a parceria e o comércio com países do Sul Global. Ele destacou o potencial para cooperação em vários setores, incluindo comércio, investimento, meio ambiente, ciência e tecnologia, cultura e cooperação para o desenvolvimento.