Falta apenas a declaração oficial de, pelo menos, um dos lados. Mas na prática o rompimento entre o prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano (MDB), e o deputado federal Professor Alcides (PL) é oficial. Nesta segunda-feira, 3, Vilmarzinho exonerou o secretário de Cultura, Erick Magalhães, indicado pelo parlamentar. O gestor quer usar este e outros cargos que ficarão vagos para contemplar partidos que estarão ao seu lado em 2024.
A coluna Poder apurou que em questão de pouquíssimos dias o próximo da lista será o titular da Educação, professor Divino Eterno, também ligado ao deputado federal – além de alguns servidores do terceiro escalão. O do Meio Ambiente chegou a ser substituído em 5 de junho: saiu o “alcidista” Cláudio Everson e entrou a vereadora Valéria Pettersen, da cota do Republicanos. Everson, contudo, continuou na prefeitura.
O breve intervalo entre uma exoneração e outra de secretários é estratégica. Interlocutores do prefeito avaliam que com a saída do titular de Cultura, o da Educação – sob orientação do Professor Alcides – pode entregar o cargo, amenizando assim um possível desgaste para Vilmarzinho, que seria criticado por não priorizar a gestão pública e focar em alianças políticas, com vistas ao seu projeto de reeleição.
Nas eleições estaduais de 2022, o prefeito de Aparecida apoiou a reeleição do Professor Alcides, agora cotado – e com bons números nas pesquisas de intenção de voto feitas para consumo interno – como candidato do bolsonarismo nas eleições de 2024. A exoneração dos seus aliados lhe é conveniente: assim ele formata a narrativa de que Vilmarzinho foi o responsável pelo rompimento, e estaria livre para concorrer à Prefeitura sem ter “traído” o antigo aliado.
FONTE: DIÁRIO DO ESTADO